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    Diane von Furstenberg em São Paulo: “Minha missão é dar poder às mulheres”
    Diane von Furstenberg em São Paulo: “Minha missão é dar poder às mulheres”
    POR Redação

    Diane von Furstenberg durante encontro na FAAP, em São Paulo ©Juliana Knobel

    “Vou contar a minha história… porque é a única história que eu conheço”: foi assim, com graça e bom humor, que Diane von Furstenberg começou e conduziu a sua palestra na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo, onde falou sobre sua vida e carreira para uma plateia lotada de alunos da faculdade e convidados. No primeiro de seus muitos compromissos na cidade – ela também é uma das convidadas do seminário “Hot Luxury” –, a estilista cativou os presentes com sua energia e autenticidade: ao fim da palestra, ela foi cercada por dezenas de fãs que queriam tirar uma foto ao seu lado.

    Em mais de uma hora de palestra, foram muitas as histórias curiosas e as frases de efeito compartilhadas por Diane von Furstenberg; confira abaixo alguns dos destaques:

    Sobre seu casamento com o príncipe Egon of Fürstenberg, em 1969, e o desejo por independência: “Os contos de fadas sempre terminam com a garota casando com o príncipe; esse é sempre o final da história. Mas para mim, esse foi o começo do conto de fadas” (seguido por um “awww” da plateia). Ela contou então como se viu grávida e noiva do “maior partidão da Itália”, apesar de ser a favor da independência feminina: “Eu não sabia o que queria fazer, mas sabia o que queria ser: queria ser uma mulher independente, que não dependia do pai ou do marido. (…) Então pedi para [Angelo] Ferretti (seu amigo e dono de uma fábrica de tecidos na Itália) para pegar algumas amostras para fazer vestidos e levar para a America” – para onde ela foi de barco, não de avião, “porque queria pensar no meu futuro”.

    Sobre o começo da carreira nos Estados Unidos: “Uma vez lá, uma das primeiras coisas que fiz foi conhecer Diana Vreeland [então editora da “Vogue”] (…) e a primeira coisa que ela fez quando entrou na sala foi colocar a mão no meu queixo e dizer: ‘Queixo para cima! Para cima!’”. A estilista contou que a poderosa editora gostou dos vestidos que ela havia apresentado e disse que a ajudaria. Mostrando no slideshow uma imagem da página da “Vogue” que divulgou suas peças pela primeira vez, Diane fez piada: “Ela [Diana Vreeland] colocou os vestidos na revista, e como vocês podem ver pelos preços, faz muito, muito tempo”.

    O slideshow com imagem da página da “Vogue” que divulgou suas peças pela primeira vez ©Juliana Knobel

    Sobre suas desventuras no início da carreira: a estilista explicou que todas as peças de roupa precisam ter etiquetas que indicam a composição do tecido – no caso dos Estados Unidos, elas precisam estar em inglês, claro. Mas certa vez, as encomendas vieram da Itália com as etiquetas escritas em italiano, e ela contou como, grávida de oito meses, ficou no galpão do aeroporto tendo que riscar todas as etiquetas em italiano e reecrevê-las em inglês. “Na hora você chora, mas olhando pra trás, você vê que era maravilhoso”, ela ponderou.

    Sobre o seu icônico wrap dress, criado em 1973: “O wrap dress é muito simples, não é como se eu tivesse inventado a lua (…). Mas ninguém nunca o tinha feito em jersey, e ninguém o tinha feito com estampas. Com o jersey, o corpo fica esculpido, e com a estampa, a mulher se sente felina. Elas gostam de se sentir felinas – e os homens amam quando as mulheres se sentem felinas”.

    Sobre sua história de doce vingança: durante a palestra, Diane von Furstenberg compartilhou uma de suas histórias preferidas, que aconteceu em 1976, quando ela foi capa do “Wall Street Journal”. Em um vôo matinal para Pittsburgh em que ela era a única mulher, ela segurava uma cópia do “Wall Street Journal” quando um homem se sentou ao seu lado “daquele jeito que os homens fazem quando querem puxar assunto com uma mulher; ficou me olhando, olhando minhas pernas”. Ele então perguntou: “Por que uma garota bonita como você está lendo o WSJ?”. Diane contou para a plateia: “Eu pensei: ‘Imbecil’. Claro que eu poderia ter falado: ‘Eu estou na capa do jornal, idiota’. Mas eu conversei com ele normalmente e não mencionei pra ele que eu estava na capa. Mas, claro, sempre que eu dou palestras, eu conto essa história”.

    Sobre sua filosofia: “Para mim, coerência é muito importante; quando você envelhece e olha para as coisas na sua vida, se elas refletem quem você é, então você teve uma vida bem-sucedida”.

    O slideshow que mostra o 1° anúncio do wrap dress de Diane; e o cartão de Natal da família Obama que mostra a primeira-dama usando a versão atualizada do modelo do anúncio, com a mesma estampa ©Juliana Knobel

    Sobre a possibilidade (ou não) de ainda serem criadas coisas totalmente novas e icônicas: “Não sabemos nem quando criamos algo assim. Quando fiz o wrap dress, eu não sabia que venderia milhões e que duraria tanto tempo. A Coca-Cola não sabia que duraria tanto tempo. Não dá para julgar isso no presente”.

    Sobre as novas mídias: Diane von Furstenberg afirmou que vivemos uma revolução, e que não usar isso é “estúpido”. Ela contou que não se envolve muito com o Facebook na empresa porque ele é tocado pelo seu departamento de marketing, mas que ela ama twittar e que ama a ideia de “dizer algo, e isso estar no universo”. Ela completou: “Para mim, que sempre tive muita comunicação com as clientes, [o uso das novas mídias] é uma coisa muito natural”.

    Sobre a melhor dica de estilo: “Minha melhor dica de moda é a minha melhor dica de vida. Seja a melhor ‘você’ possível; não tente ser algo que você não é. A melhor relação que você pode ter é com você mesma – não comprometa isso. Quanto mais você ser você mesma, mais atraente será. Além do mais, você não tem outra opção”.

    Diane von Furstenberg mostra sua bolsa com compartimento especial para iPad ©Juliana Knobel

    Sobre sua relação com a beleza e seu ‘envelhecer com dignidade’: “Eu sei que vou a lugares e as pessoas se perguntam: ‘Por que ela não faz alguma coisa?’. Mas eu vivi cada dia da minha vida de forma tão intensa, que não posso fingir que vivi um dia sequer a menos do que eu vivi”. Ela contou então de uma ocasião em que ganhou rosas lindas e que, com o passar dos dias, elas foram ficando manchadas, mas que ela achou que elas continuavam lindas. Então ela concluiu: “Eu prefiro ser uma rosa velha do que ser uma rosa de plástico”.

    Sobre as cópias e a pirataria na moda: “As leis são feitas para intimidar as pessoas, mas o que precisamos fazer é valorizar o design. Acho que o mundo entendeu que se tudo o que fazemos é copiar, logo não haverá nada mais para copiar”.

    Sobre o novo mercado da China: “As pessoas deveriam se preocupar menos com a China [referente à produção] porque os preços estão subindo, e o consumo lá está crescendo de tal forma que é melhor as empresas venderem lá mesmo do que exportar a produção”. Ela disse então que ama a China, e que fica “até ofendida quando dizem que a China só copia”. Ela afirmou novamente que as pessoas não deveriam se preocupar com a concorrência em termos de produção, e que o foco para os brasileiros deveria ser em vender o Brasil e o nosso joie de vivre: “Todo mundo quer comprar o Brasil”.

    Sobre seus desejos para o futuro da sua marca DVF: “Eu espero ter um negócio que perdure depois de mim, tenho netas interessadas. E hoje em dia eu foco no DNA da marca, e quero que as lojas, os produtos, as campanhas, que tudo passe a mesma mensagem, a minha missão, que é “Seja a mulher que você quer ser”.

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