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    Conheça o “Gaveta de Bolso” e se arrependa de não ter tido essa ideia
    Conheça o “Gaveta de Bolso” e se arrependa de não ter tido essa ideia
    POR Redação

    Muitas “Gavetas de Bolso” ©Divulgação

    A cada semana uma leva grande de livros de diferentes editoras é lançada e vai para as prateleiras já abarrotadas das livrarias. No Brasil se produz muito mais livros do que se vende, e em 2010 o número de exemplares que foram feitos e acabaram indo pra lugar nenhum assusta: 55 milhões, de acordo com estimativa da Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Mas no meio dessa avalanche de novos títulos alguns, impreterivelmente, acabam sobressaindo. Um deles é o “Gaveta de Bolso”, diferente de muitos dos livros que você já teve a chance de folhear.

    Com autoria da jornalista Juliana Cunha, 23, e ilustrações da designer Luda Lima, 27, “Gaveta de Bolso” é um livrinho interativo, da editora Prólogo, que a cada pagina convida o leitor a preenchê-la. Como? Que tal fazer uma lista dos ex-namorados que você sempre “esquece” de colocar na lista oficial, ou escolher o caminho certo do desenho para mostrar ao sem noção da fila onde é o final dela? A ideia, segundo a autora, é justamente que o leitor seja o autor principal, e recheie as páginas com suas próprias ideias e historinhas.

    Quem nunca se deparou com essa situação? ©Luda Lima

    O nome vem daquela história de que há algum tempo, quando você tinha uma super ideia – ou que pelo menos no começo parecia uma super ideia – ela não saía do papel. E o papel acabava indo parar na gaveta. Hoje nem gaveta elas ganham mais. “No máximo uma estrelinha no Gmail”, explica Juliana. O livro então é a Gaveta pra levar no Bolso, e guardar aquela ideia pseudo-genial que surgiu numa tarde entediante do trabalho.

    Mas nem só de belas ilustrações se faz o “Gaveta de Bolso”. Os textos inteligentes – e honestos – de Juliana estão lá, muitas vezes jogando na nossa cara as verdades da vida, mas com todo o humor que lhe é peculiar (e evita que qualquer um tenha o ímpeto de ser jogar de um prédio). E para quem já lê o blog da autora, “Já Matei Por Menos“, saiba que há muita coisa inédita no livro.

    O projeto é tão legal quanto as suas referências, como “Livro da Nina para Guardar Pequenas Coisas”, de Keith Haring, “Rabiscos”, de Taro Gomi, “Almanaque da Turma da Mônica”, de Maurício de Sousa, “Caderno de Rabiscos para Adultos Entediados no Trabalho” e “Caderno de Rabiscos para Adultos que Querem Chutar o Balde”, ambos de Claire Faÿ. E “aquela caderneta de rabiscos dadaístas que todo mundo tinha antes do telefone fixo entrar em extinção”, como explicou Juliana, também está na lista de inspirações do “Gaveta de Bolso”. Se você não conhece algum desses títulos, vale dar um Google!

    Não bastasse tudo isso, o livro ainda está protegido sob Creative Commons, ou seja, pode ser usado livremente, desde que o crédito seja citado e sem finalidade comercial, e é possível baixar o PDF na íntegra no site da editora.

    Mas como a ideia é justamente tê-lo em mãos e fazê-lo seu, cada exemplar pode ser adquirido no site da editora, ou em estabelecimentos como Livraria Cultura, Livraria da Vila e Galeria Cartel por R$ 39.

    + Abaixo, Juliana Cunha conta mais sobre o “Gaveta de Bolso”:

    ©Divulgação

    Por que fazer esse livro?

    Eu estava no lançamento da exposição de um amigo quando duas moças vieram me dizer que tinham uma editora e queriam publicar algo meu. Eu continuei bebendo e dizendo “senta lá”, mas uns quinze dias depois uma delas ligou e disse que era sério, daí comecei a pensar no que fazer. Eu não queria fazer um romance porque não me sinto habilitada. Não queria fazer uma coletânea de textos legais do meu blog porque, né, Deus mata um gatinho toda vez que alguém publica uma coletânea de melhores textos do blog.

    Gosto muito da ideia desses livros interativos porque eles relativizam essa questão da autoria e são despretensiosos, leves, tudo que eu queria que um primeiro livro fosse.

    Hoje eu não estou 100% feliz com o livro. Acho que poderia ter mais textos, outros textos, que podia ter mil coisas diferentes, mas consigo sentar no sofá, ler cada uma das páginas e não me deprimir. Acredite: isso é muita coisa depois de passar tanto tempo preparando o livro e lidando com os mesmos textos.

    E quando surgiu a ideia de chamar a Luda Lima?

    Eu trabalho com a Ludmila [que assina como Luda Lima] há cinco anos. Começamos quando eu era repórter de uma revista em Salvador e precisava encomendar ilustrações para textos da revista. Era uma parte linda do meu trabalho: ficava horas no Flickr vendo coisas incríveis e pensando em quem eu convidaria. Vi o Flickr da Ludmila, que na época morava em Nova York, e convidei na hora. Era o primeiro trabalho dela. Desde então, trabalhamos juntas mil vezes e sempre deu muito certo.

    Acho que cada tipo de livro precisa de um tipo de ilustrador e a Ludmila combina perfeitamente com esse livro.

    ©Luda Lima

    Como foi o processo de feitio do livro?

    Para começar, eu fiz uma triagem de textos que eu já tinha – uns do blog, outros da coluna que eu tinha primeiro no “Jornal A Tarde”, depois na Rádio “Metrópole”. Peguei os que eu mais gostava e cortei loucamente porque os textos do livro precisavam ser curtos para caber na proposta de livro interativo. Isso serviu como base para eu reescrever as coisas num tamanho menor, de outro jeito. Outros textos são inéditos, fiz para o livro mesmo. E outros eu fiz para o livro e acabei colocando no blog depois.

    Depois que os textos foram escritos, a Lú começou a ilustrá-lo. Foi tudo bem manual: a gente tinha um caderno com todas as ilustrações e vários textos manuscritos que funcionava quase que como um boneco. Mudamos muita coisa durante o processo (acho até que vamos separar o que não foi usado e colocar no blog).

    A gente teve muita liberdade, a editora não interferiu em quase nada. Até o tipo de papel foi escolha minha e da Ludmila. Essa é a parte mais legal de trabalhar com uma editora pequena. Editoras grandes têm como vantagem a distribuição e o esquema mais profissional. Já as pequenas são o lugar certo para acompanhar cada passo do processo e aprender como tudo é feito.

    ©Luda Lima

    Qual o ponto máximo que você espera do livro? E o mínimo?

    Acho uma loucura uma pessoa publicar um livro hoje. A média de livros que um universitário brasileiro lê é de apenas quatro volumes por ano. Quatro! Não existe muita diferença entre isso e o completo analfabetismo. Será que uma pessoa que lê apenas quatro livros por ano vai gastar sua cota tão pequena comigo em vez de ler Melville, Lima Barreto? Entre os contemporâneos, esse ano “Never Let Me Go”, livro sensacional de Kazuo Ishiguro, ganhou uma adaptação para o cinema linda, com Carrie Mulligan arrasando o quarteirão e um roteiro que muda a história toda, mas que é muito bom. Entre os nacionais, a ótima Andrea del Fuego acabou de vencer o Prêmio Saramago. Sabe? O resultado saiu hoje, enquanto te respondo essa pergunta. Será que alguém vai deixar de ler qualquer uma dessas coisas para ler o meu livro? Quando se publica um livro o máximo e o mínimo que se espera correspondem à mesma coisa: espero que seja lido. É pedir demais, mas eu espero, ué.

    + Lançamento do “Gaveta de Bolso” @ Galeria Cartel

    QUANDO 29/10, sábado, das 16h às 21h

    ONDE Cartel011 – Rua Artur de Azevedo, 517, Pinheiros, SP

    COMO CHEGAR Veja o mapa

    facebook.com/pages/Gaveta-de-Bolso

    Todo mundo que for vai ganhar o e-book!

    Acrescente “Ir ao lançamento do Gaveta de Bolso”, no dia 29/10 ©Luda Lima

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