©Agência Fotosite

1. Identidade: esta é apenas a terceira coleção de Alesandro Michele na Gucci e nós já entendemos e reconhecemos seu universo. Em pouco tempo, ele tem conseguido criar uma identidade própria e forte com coleções que habitam o mesmo universo, falam a mesma lingua e ainda tem passam frescor, novidade e personalidade, presenteando a Gucci com um novo caminho, um novo olhar para o futuro. Em vez de surpreender o público com mudança, ele reforça a estética vintage e nerd e toma para a Gucci essa imagem, assim tem acontecido em outras marcas, como Saint Laurent e Valentino.

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2. Inspiração: esta é uma colecão muito romântica, o que fica mais claro quando sabemos o que o inspirou. Michele olhou para a obra da escritora francesa Madeleine Scudéry (1607 – 1701), “Map of Tendre”, um mapa de uma terra imaginária chamada Tendre, que representa um caminho em direção ao amor e que tem sua geografia inteiramente baseada no tema amor. O mapa aparece estampado em um vestido e uma saia, mas o amor é sentido por toda a coleção, em flores, laços, babados.

O CEO Marco Bizzarri e Alessandro Michele ©Reprodução

3. Apoio: Lalo, para os íntimos, Alessandro Michele em total apoio do CEO Marco Bizzarri, que o incentiva a ir além e não ficar no meio termo. O objetivo da marca é fazer o desfile ser o mais importante da semana de moda de Milão. Ao site Business of Fashion, Bizzarri contou seu conselho: “vai com tudo! Não fique no meio porque se ficar, será morto. É melhor ir com tudo completamente e tomar uma posição”.

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4. Decorativismo: que repertório rico de desenhos esse desfile mostrou. Só de animais, pássaros, joaninhas, araras, serpentes. As flores aparecem em diversos estilos, cores e tamanhos e respondem pela maioria das estampas. Também há mapas, bocas, desenhos de inspiração oriental e egípcio… Muitos looks levam estampas mixadas a outras estampas, sem falar no mix de texturas, também riquíssimo. Até os sapatos entram nessa maravilha decorativista.

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5. Logomania: para reviver a grife e criar um novo desejo quanto à logomarca, Michele tem inserido os dois Gs bem visíveis em sapatos, cintos e bolsas, além do uso da clássica fita verde e vermelha, um dos símbolos da Gucci, em calças e bolsas.

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6. Ah, os acessórios…: Diversidade é a palavra. O loafer que Michele lançou e já se tornou febre fashion, aparece de novo aqui e mostra que deve ser um acessório que a marca irá trabalhar coleção após coleção. Se na passada ele veio com pelo para o inverno, aqui ele aparece em versão com pérolas. Dois outros modelos chamam a atenção, a sapatilha com amarração colorida que começa no peito do pé, e a “double platform”, alta, em versões lisa e bicolor. A bolsa Gucci do momento tem alça de tecido e corrente dourada sobre a tradicional fita vermelha e verde, um novo olhar para uma peça clássica e de grande importância para os negócios da marca. E ainda os óculos com estética vintage com armação de glitter. Muitos suspiros.

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7. Delicadeza no ar: do início ao fim, a coleção é permeada por pequenas delicadezas. Laços e mais laços, peças leves, transparentes e fluídas, drapeados, microestampas, trabalho nos sapatos, bordados. Às vezes é um pequeno detalhe que ganha nosso coração. Mas essa não é uma delicadeza ingênua e sim muito eficaz, inteligente e que vem contraposta a elementos fortes, como luvas metalizadas e aneis grandes. É o leve e o bold.

©Instagram Gucci

8. Cenografia: o desfile aconteceu no Scalo Farini, uma antiga estação de trem, também usada para o desfile masculino Verão 16. O cenário é inteiro estampado com padronagens da coleção, do piso às cadeiras.

©Instagram Peyton Knight

9. The look: a modelo americana Peyton Knight, de 17 anos, é uma de nossas fresh faces favoritas e encarnou perfeitamente a nova garota Gucci. Peyton tem conquistado as passarelas com esse corte de cabelo, conselho (e corte) do mestre cabelereiro Guido Palau.

Bianca Brandolini D’Adda, o CEO Marco Bizarri, Charlotte Casiraghi, a atriz Salma Hayek com o marido, Francois-Henri Pinault, o todo poderoso do grupo Kering ©Reprodução

10. Primeira fila: a princesa Charlotte Casiraghi é uma das musas da marca e estava no desfile. Charlotte não é uma personalidade arroz de festa e seleciona bem os eventos em que aparece publicamente. É a jovem mulher perfeita para o novo momento da Gucci, uma menina que representa valores não efêmeros e ainda assim é aberta para o novo. Ela também fica bonita nessa estética da Gucci.