Por Lívia Roncolato, em colaboração para o FFW
O estilista Rodrigo Rosner, no backstage, antes do desfile ©Lívia Roncolato
O estilista Rodrigo Rosner fez sua estreia no SPFW Inverno 2012, logo no segundo dia de evento. Rodrigo nasceu em um ateliê de moda, mais especificamente o Ateliê Parisiense, que pertencia à sua família e foi muito importante em São Paulo entre as décadas de 70 e 80, quando produzia peças prêt-à-porter da própria marca, chegando a vender para Daslu, Patachou e Le Lis Blanc. “Na época, meus pais fizeram uma campanha para que eu estudasse Administração de Empresas para cuidar dos negócios da família, mas minha paixão sempre foi dar pitacos no trabalho das estilistas da fábrica”, conta Rodrigo.
Por causa de sua personalidade leonina, “se achando a própria reencarnação de Christian Dior”, Rodrigo fez com que duas estilistas pedissem demissão por sua causa. Neste momento, seu pai fez a pergunta crucial da sua vida: ou você muda esse seu jeito ou faz toda nossa coleção de uma vez. A segunda opção foi a escolhida, claro. Apesar de ter dado muito trabalho, a empreitada acabou por formar um profissional respeitado, que também tem dois cursos na escola Central Saint-Martins, em Londres.
Após 11 anos trabalhando na fábrica da família, e mais um ano e meio como estilista em uma outra marca, Rodrigo decidiu que queria apostar no que realmente gostava: roupa de festa. “Nunca me esqueci de duas noivas que vi quando tinha três anos de idade”. As roupas e os preparativos para o evento o encantaram. Depois disso, todos os seus desenhos eram de vestidos de noivas, até o Snoop ele vestia assim em seus rabiscos.
Looks da coleção de Inverno 2012 da R.Rosner ©Agência Fotosite
A R.Rosner, sua marca própria, nasceu há quatro anos e desde o início se apresentou na Casa de Criadores, evento dedicado à descoberta de novos talentos. Quando decidiu sair do evento, mandou seu material para a Luminosidade, que está por trás do SPFW e do Fashion Rio. Depois de três meses, recebeu oficialmente o irrecusável convite. A coleção já estava em andamento, pois ele planejava realizar um evento pequeno, só para as suas clientes. Com o convite em mãos, o estilista e sua equipe correram contra o tempo para produzir um desfile maior.
Segundo o estilista, essa é a hora em que ele não precisa pensar no compromisso comercial que tem no dia a dia do ateliê. A atual coleção foi inspirada em um livro de mariposas que ganhou há muito tempo de uma amiga. “Sempre amei mariposas, elas têm um dark side que a borboleta não tem”, diz. A cartela de cores, os bordados e a modelagem foram todos retirados deste universo. Rodrigo gosta muito da mistura de materiais mais pesados, como bordados, e leves, como chiffon e rendas, para fazer seus vestidos. “Tudo é tão chato hoje em dia, que nas festas é permitido ousar.”