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    Marca londrina IRL London nasce na internet para satisfazer nova geração do underground
    Marca londrina IRL London nasce na internet para satisfazer nova geração do underground
    POR Camila Yahn

    A designer britânica Cornelia Van Rijswijk, da marca IRL London ©Divulgação

    Musa das cenas Seapunk e Witch House, Cornelia Van Rijswijk, 24, é uma das vozes da geração digital de Londres.

    Ao perceber que seu estilo influenciava outras jovens, ela decidiu capitalizar sua fama através da arte digital, criando pôsteres e ilustrações e os vendendo online. Foi convidada para expor dentro do site da Saatchi Gallery e quando começou a vender, resolveu logo expandir para as roupas, com a marca IRL (In Real Life) London. “É como um vírus, não? Você posta uma coisa e já fica fora do seu controle”, diz Cornelia.

    Com as redes sociais, ela criou um negócio que refletisse seu estilo de vida e hoje é uma pequena empresária da internet, juntando-se a milhares de jovens que estão, cada vez mais cedo, abrindo seus próprios negócios, usando as infinitas possibilidades da plataforma online como principal ferramenta.

    Ela fala com um público underground, que busca uma identidade individual e que tenha a ver com seu estilo de vida. A estética tem influência gótica e também dos anos 1990, vistas nas estampas coloridas e psicodélicas.

    A IRL London é uma marca pequena, independente e totalmente online que responde a uma demanda das cenas underground. São roupas de streetwear de cortes simples, em edições limitadas e feitas à mão. O destaque fica por conta das estampas digitais, expertise de Cornelia, com a estética colorida que tem a ver com a cultura online.

    Da internet para a vida real, as peças de Cornelia são vistas nas loucas noites de Londres, em figuras fortes – homens e mulheres – que dividem com ela o gosto por um estilo de vida autêntico. É uma marca feita para tomar as ruas de Londres, uma cidade incentivadora de novos movimentos de moda. Outra da mesma cena é a de streetwear Hardware LDN, criada por Jessica Horwell, também em 2012, que se inspira em tudo o que consegue tirar do punk, rock, skate, metal, etc. Antenada, Cara Delevingne já usa suas peças. Ambas as marcas usam a internet e a rua para criar, divulgar e vender.

    Em uma entrevista feita por email, Cornelia conta um pouco sobre sua marca:

    Imagem da loja online da IRL com top chamado Internet World ©Reprodução

    O que inspirou você a criar uma marca?

    Comecei a fazer minhas próprias roupas porque não encontrava as roupas que gostaria de vestir. Tudo começou daí, como um hobby, algo meio divertido, mas quando me dei conta, as pessoas queriam comprar as camisetas com meus desenhos. Foi uma sensação maravilhosa quando vendi minha primeira camiseta.

    Você fazia parte das cenas Seapunk e Witch House. Esses movimentos são importantes ainda pra você em termos estéticos?

    Muito de sua estética visual influenciou o meu design. Eu fazia roupas como resposta para as cenas underground. No momento, me inspiro em assuntos que me interessam e não olho mais para isso. Todas as cenas um dia acabam e eu quero fazer peças que sejam mais atemporais e evitar a natureza superficial que vejo em outras marcas.

    Quantos modelos de cada você faz de cada peça?

    Algumas peças, como as camisetas preto & branco, eu vendo quantas me pedirem. Mas as peças de design digital são limitadas a no máximo 10 de cada. Tenho uma seção de edição limitada na loja em que eu introduzo algumas características de coleções passadas e atuais em camisetas que são impressas digitalmente frente e trás.

    Quantas peças sua marca vende por mês?

    Vendo cerca de cinco peças por semana, não muito. Depois que os custos da produção e outros gastos do negócio são tirados do preço, sobra um lucro baixo, que é reinvestido na marca para permitir que ela cresça, me deixando com um abono bem pequeno para minhas despesas do dia-a-dia.

    Sua marca nasceu na internet. Você pensa em abrir uma loja física? Seria importante para seus seguidores ou é uma geração que aprendeu a fazer tudo na internet, inclusive comprar?

    Uma loja “verdadeira” seria ótimo, adoraria começar com uma pop-up store para sentir como uma loja física funciona. Mas isso não vai acontecer por um bom tempo, apesar de achar que seria importante para atrair clientes em potencial que nunca ouviram falar na minha marca. De qualquer forma, esta é uma geração digital, tanta coisa é feita online, então é difícil prever o futuro das lojas de rua. Mas se eu abrisse uma, teria que ser uma experiência que você não encontraria em nenhum outro lugar.

    Você gosta de marcas mais convencionais, como Chanel, Prada e Louis Vuitton?

    Oh yeah, eu amo todas elas. Sempre me inspiro em seus desfiles. Espero um dia ser tão boa quanto elas. Queria muito poder vestir essas roupas. Tenho um suéter YSL que comprei em uma loja de segunda mão. Ainda não usei, pois não quero gasta-lo.

    Suas ilustrações estão na Saatchi Gallery online. Você transita do undergound ao mainstream sem se perder e desenha, faz roupas sozinha, tem uma loja virtual…

    Nossa! Havia até me esquecido da Saatchi Gallery. Foi meu primeiro trabalho! Comecei como ilustradora trabalhando com pedidos sob encomenda, fazendo roupas e cuidando da minha empresa no meu próprio tempo. E consegui fazer tudo sozinha. Há 24 horas no dia e eu as uso o máximo possível. Eu gosto de me manter ocupada.

    Como é sua relação com a música?

    Escuto muita música quando estou costurando. Às vezes uma música me inspira e me mantém num ritmo legal de trabalho. Tenho ouvido uma banda camada Trwbador (dupla do País de Gales), eles fazem músicas lindas. E claro, a linda Charli XCX (cantora britânica). Seu novo álbum, “True Romance”, é um que todo mundo deveria ouvir.

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