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    Feito na Finlândia
    Feito na Finlândia
    POR Redação

    Johanna Piispa no terceiro dia da edição de Verão 2013/14 do Fashion Rio ©Felipe Abe/FFW

    Além da Nokia e da banda Nightwish, o que você conhece da Finlândia? O país, que é localizado bem ao norte da Europa, possui invernos bastante rigorosos e uma população que mal ultrapassa os cinco milhões de habitantes, mas, em compensação, apresenta índices altíssimos de desenvolvimento humano, expectativa de vida e saúde e segurança públicas exemplares.

    Para compreender mais sobre a Finlândia, em especial sobre sua moda, conversamos com a jornalista Johanna Piispa, da revista “Costume”, que veio ao Rio de Janeiro exclusivamente para acompanhar os desfiles de Primavera/Verão 2013/14 do Fashion Rio. Em entrevista ao FFW, ela deu sua opinião sobre o que tem visto no evento e compartilhou detalhes bem interessantes seu país; leia abaixo:

    É a sua primeira vez no Brasil? O que está achando até agora?

    Sabe, eu não tinha muitas expectativas, mas tem sido mais simples do que eu imaginava. É que eu pensava que veria mais estampas tropicais, glamour e elementos extravagantes e, na verdade, tem sido mais simples, moderno e até com um certo estilo europeu.

    Até agora gostei muito da Maria Filó, que foi minha favorita, e do desfile da Blue Man, que foi bem over-the-top, algo que nunca vemos na Finlândia, porque não temos swimwear e nosso verão é muito diferente do verão do Brasil. Também gostei da Iódice.

    Você tem escrito para a “Costume” todos os dias após os desfiles? Quais as diferenças e semelhanças você encontrou até agora com a moda finlandesa?

    Eu tenho um blog no website da “Costume” e tenho feito alguns posts sobre o evento, em especial, tenho postado várias fotografias em nosso Instagram. Para nós, a moda brasileira é muito exótica, afinal a Finlândia e o Brasil são tão diferentes, então quero que os nossos leitores saibam como as coisas aqui são de verdade.

    Looks da coleção de Verão 2013 da Marimekko  ©Reprodução

    A Finlândia, por causa do clima, tem marcas muito boas para roupas de inverno, como casacos de lã, malharia e pulôveres de materiais pesados. Então, por exemplo, o que seria moda de verão na Finlândia, seria inverno no Brasil. Mas há também similaridades, como as estampas, os finlandeses adoram estampas. A Marimekko, que é a marca finlandesa mais conhecida internacionalmente e que é adorada no Japão, faz estampas coloridíssimas, assim como outras marcas finlandesas, como a Samuji e a Minni f. Ronya, que são ótimas em estamparia. E acho que na moda brasileira é a mesma coisa, em que fazem formas simples e estampas fortes.

    Looks de Verão 2013 da Samuji ©Reprodução

    Como é a indústria da moda na Finlândia? Como é a presença de marcas marcas da Europa central, como Prada e Louis Vuitton, no país?

    É bastante pequena. Nós ainda não temos nossa própria semana de moda, então algumas de nossas marcas se apresentam na semana de moda de Copenhague, na Dinamarca. Basicamente, nós não temos um sistema financeiro por trás das marcas e elas não são tão comerciais, então são pequenas e possuem um viés mais artístico.

    As marcas dinamarquesas e suecas são bem grandes na Finlândia, mas acho que os finlandeses tendem a usar pequenos designers, tanto para apoiá-los quanto porque é mais cool para nós. Não nós temos muitas lojas de marcas de luxo na Finlândia, temos Louis Vuitton e algumas multimarcas, mas não temos Prada e Miu Miu, por exemplo. Lá nós temos [mais espaço para] marcas de high street e designers pequenos e independentes.

    Looks de Verão 2013 da Minni f. Ronya ©Reprodução

    Na Finlândia, em especial em Helsinque, existem faculdades de moda?

    Não. As pessoas que querem cursar moda podem fazer a educação básica na Finlândia, mas se se quer focar em algo específico, elas normalmente vão estudar em Londres ou Paris.

    Então há espaço para publicações de moda na Finlândia? Existem muitos blogs de moda famosos lá?

    Sim, claro. Os blogs estão crescendo, os (as) blogueiros (as) são bem grandes e têm muitos seguidores na Finlândia, como são em todos os lugares. Quando às revistas de moda, nós não temos “Vogue” ou “Harper’s Bazaar”, temos “Elle”, “Trendi”, “Olivia” e a “Costume”, que é a única focada exclusivamente em beleza e moda.

    Capas da edição finlandesa da revista “Costume” de maio de 2013 e abril de 2012, respectivamente ©Reprodução

    A “Costume” geralmente cobre as semanas de moda de outros países?

    Sim, fui à França, mas como posso dizer? A “Costume” existe também na Dinamarca e na Noruega, são como revistas-irmãs, e nós usamos o conteúdo umas das outras, como a “Elle” faz: a “Elle” francesa produz algo que, às vezes, a “Elle” norueguesa usa. Acho que não é necessário ir a cada semana de moda, porque hoje se pode ver as fotografias e assistir aos vídeos, então não é preciso viajar a todos os lugares para selecionar as tendências.

    O que você cursou na faculdade? Estudou fora da Finlândia?

    Não, estudei na Finlândia mesmo. Fiz bacharelado em Moda em uma cidade chamada Jyväskylä, minha monografia foi sobre moda online e impressa e meio que foquei nisso, tínhamos muitos projetos e fiz estágios, que foi onde realmente aprendi.

    Se você quer ser editor (a) de moda, o mais importante é ir aos lugares, falar com as pessoas, como aqui, onde tenho encontrado outros jornalistas internacionais, e ver como eles trabalham.

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