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    Entrevista
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    POR Camila Yahn

    Chris Pitanguy fotografada em Paris com blazer Saint Laurent e casaco Fendi ©Reprodução Chris Pitanguy

    Difícil não notar Christina Pitanguy. Online e off-line, Chris tem se tornado uma das figuras mais requisitadas quando o assunto é moda. Online porque a consultora carioca tem um perfil com quase 50 mil seguidores no Instagram e um site ativo e cheio de sessões em que mostra do seu look do dia a coberturas de eventos a notícias do mercado. Off-line porque… Chris é linda. Um mulherão, como dizem, a bordo de peças Givenchy e Stella McCartney, arrematadas por um sorriso aberto e matador ao mesmo tempo.

    Sobrinha-neta do cirurgião Ivo Pitanguy, ela também é dona da Chris Pitanguy Fashion & Luxury Consulting, em que atende marcas que querem focar no mercado de luxo. Entre seus clientes estão o shopping Leblon e a Lancôme.

    Chris também é figura onipresente na semana de moda de Paris, que frequenta há oito anos. Mesmo não representando nenhum veículo tradicional, ela recebe acesso livre a desfiles concorridíssimos, como Céline e Viktor & Rolf. Convites para festas então, são confetes em noite de Carnaval. “Cubro os eventos há muito tempo e sei que tudo tem que partir de mim: tenho que me expor, falar e dar conta de tudo. Fico louca durante a semana de moda, ninguém nem fala comigo”, conta.

    A receita de Chris para ter sucesso nos negócios parece infalível: beleza, independência financeira, um bom sobrenome, personalidade carismática, foco e uma dose de coragem. Então, é só ligar na tomada e o barulho está feito. “Sabe o que é? Eu não tenho medo”, diz, revelando o último ingrediente. Vestindo as melhores marcas (no desfile da Hermès, ela apareceu com um longo preto e casaco de pele, modelo digno de um tapete vermelho), Chris acaba sendo naturalmente uma plataforma de comunicação para muitas grifes, já que seu bom gosto aliado ao poder de compra e paixão pela moda rendem bons looks. Em seu site, há anúncios de marcas como Riachuelo e Arezzo, que têm seu público como target.

    Fora do Brasil, ela conhece os PRs internacionais e é amiga de estilistas como os Dolce & Gabbana e Giambattista Valli. Quando Kate Moss veio a São Paulo neste ano, foi com Chris que ela bebeu na varanda da Fazenda Boa Vista. “Ela está linda, em uma fase madura e é uma ótima mãe”, disse sobre a top.

    Kate Moss e Chris Pitanguy na fazenda Boa Vista, interior de São Paulo ©Reprodução Chris Pitanguy

    Chris é formada em Jornalismo e entrou para o mundo da moda através da execução de eventos. Em 1997, ela fez o Fashion Fair, uma plataforma de desfiles e feira de negócios que acontecia em um galpão de Ricardo Amaral, antigo dono da noite carioca. Então começou a fazer assessoria para marcas como Santa Ephigênia. Bem relacionada, Chris divulgava as grifes por onde circulava, além do trabalho tradicional de imprensa.

    Aos 26 engravidou de Gabriel, hoje com 12 anos, e quase mudou seu rumo profissional. “Pensei: vou ter filhos, virar perua, curtir as crianças…”. Não aguentou. Hiperativa, voltou três meses após o nascimento de Gabriel.

    Em 2006, foi convidada para ser consultora do shopping Leblon, no Rio. O trabalho consistia em criar um DNA para a empresa, fazer contatos com marcas internacionais e pensar em ações que promovessem o shopping, além de assinar uma coluna no site oficial.

    Mas a principal mudança, a que encaminhou Chris para o que ela faz hoje, também tem a ver com seus filhos. Sua segunda criança, Julia, pegou uma pneumonia quando tinha dois anos e ficou um mês no hospital. E foi lá, onde praticamente viveu por todo esse tempo, que Chris descobriu o melhor da internet: poderia criar um blog e escrever de onde estivesse, até mesmo de um hospital. “Queria botar minhas ideias e informações para fora e fiz um Blogspot”, conta. Era 2007.

    Chris no Rio, com calça Stella McCartney e top Céline ©Denise Leão/Chris Pitanguy

    Em 2011, os blogs já haviam entrado definitivamente na nossa cultura e Chris resolveu investir pesado. Passou a postar todos os dias, montou uma pequena redação e os anunciantes começaram a aparecer. Hoje tem uma equipe com cinco pessoas e acumula dois milhões de pageviews por mês.

    Esperta, ela dança conforme pede o mercado e não perde uma oportunidade. Uma das seções em seu site é o Style.Me, em que posta seus looks do dia. “Não é o meu objetivo, é só uma coisa que faço porque a indústria pede esse lado mais pessoal. Se tivesse que depender disso, daqui a dois anos estaria fora”, brinca, se achando fora do jogo aos 38 anos. Quando começou a publicar os looks, Chris recebia ligações do tipo “você tá achando que é modelo?”, mas a verdade é que ela não liga, mesmo porque, muitas de suas leitoras/seguidoras querem ainda saber o que ela está vestindo.

    E se um dia isso mudar, Chris certamente mudará junto, atenta para não perder as transformações impostas pelo mercado. Porém, uma coisa não vai mudar: quando ela entra em uma sala com sua calça de couro, cabelão solto e seu sorriso, o impacto é matador.

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