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    Ícones da Fotografia: a moda através das lentes de Bruce Weber
    Ícones da Fotografia: a moda através das lentes de Bruce Weber
    POR Redação

    Dançarinos do New York City Ballet em editorial da “Vanity Fair”  de janeiro de 2011 ©Bruce Weber/Reprodução

    Helmut Newton encontra Peter Lindbergh, mas, logo de início, em retratos de homens seminus. A estética de Bruce Weber, que começou, meio sem querer, quebrou paradigmas na década de 1960 e transformou o jeito de enxergar a moda masculina, modernizando-a sobremaneira. Sem restrições, ele conquistou espaço em revistas como as edições americana, britânica, italiana e francesa da “Vogue”, “construiu” o primeiro supermodelo, dirigiu documentários e tornou-se, sem dúvidas, um ícone.

    Bruce Weber em fotografia de novembro de 2006 ©Michael John Murphy/Reprodução

    Weber nasceu em março de 1946 em Greensburg, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e cresceu em uma família disfuncional, na qual “todos os domingos havia um tipo de acordo de paz” entre seus avós, pais e demais parentes. Tais dias, segundo contou em uma entrevista concedida a Sam Shahid em 2007, eram quando eles tiravam fotografias e por isso, em sua memória, fotografar sempre esteve relacionado a lembranças muito alegres e tranquilas. Mesmo assim, ao graduar-se no colégio, em 1964, época em que se encontrava apaixonado pela obra dos escritores James Baldwin e Robert Frost, ele optou por estudar teatro na Denison University, em Ohio.

    Em 1966, Weber mudou-se para Nova York e lá começou a estudar Cinema na New York University, contra a vontade de seus pais, que queriam que ele “fizesse algo respeitável”. Pouco depois, sem dinheiro, começou a trabalhar como modelo para fotógrafos como Melvin Sokolsky e Frank Scavullo, mas, ao perceber que na verdade queria estar do outro lado da lente, pediu a Saul Leiter para ser seu assistente, mesmo sem pagamento.

    Kate Upton em editorial da “Vogue” alemã  de janeiro de 2013 ©Bruce Weber/Reprodução

    Logo de início, Weber executava apenas funções “braçais”, como carregar a câmera de Leiter, além de posar para suas lentes. Quando começou a clicar as próprias fotografias, ele conta que mostrou as imagens para Avedon e Diane Arbus, que o aconselharam a estudar com a austríaca Lisette Model, então professora da New School for Social Research. Foi neste período, inclusive, que conheceu a esposa, Nan Bush, antiga agente de Scavullo e Bill Connors. Já em 1973, após viver brevemente em Paris, retornou a Nova York e aí realizou sua primeira exposição coletiva, na Floating Foundation of Photography.

    Jeff Aquilon na década de 1960 e em campanha da Polo Ralph Lauren de Outono/Inverno de 1990 ©Bruce Weber/Reprodução

    Um ano depois, em 1974, foi a vez de Weber produzir sua primeira mostra solo, realizada na Razor Gallery, em Manhattan, e ser contratado para fotografar eventualmente para as revistas “Glamour” e “Gentlemen’s Quarterly”. O trabalho que lhe deu maior notoriedade, no entanto, só aconteceu em 1978, quando retratou Jeff Aquilon de cueca e em branco e preto para a “SoHo Weekly News”. De acordo com a “Vogue” americana, tais imagens foram consideradas polêmicas, já que, na época, homens eram clicados apenas em ternos, suéteres ou peças “pomposas”.

    O ensaio com Aquilon não apenas alavancou a carreira de Weber, mas também, consequentemente, modernizou a fotografia de moda masculina. “Eu queria fotografar um homem em cueca do mesmo modo que as mulheres têm sito retratadas todos esses anos, com voluptuosidade”, comentou em entrevista de 1982 ao “The New York Times”. A partir daí, ele realizou editoriais para a “GQ”, para a “Vogue” americana e começou sua parceria com a Ralph Lauren a linha de underwear Calvin Klein.

    Capas das “Vogues” britânicas de julho de 1980 e 1983 ©Bruce Weber/Reprodução

    Na década de 1980, Weber, já conhecido internacionalmente, lançou seus primeiros livros, como “O Rio de Janeiro”, de 1986, em que homenageia a cidade brasileira, e produziu três documentários, “Beauty Brothers”, “Broken Noses” e “Let’s Get Lost”. Esse último, aliás, sobre o músico Chet Baker, concorreu ao Oscar, além de ter recebido ótimas críticas dos jornais “The New York Times”, “Washington Post” e “Los Angeles Times”. Weber ainda passou a trabalhar constantemente em campanhas da Versace e ganhou uma exposição solo no Victoria & Albert Museum, em Londres.

    River Phoenix, Iman e David Bowie fotografados por Bruce Weber ©Bruce Weber/Reprodução

    A carreira de Weber continuou crescendo e ele até se envolveu na música, dirigindo clipes das músicas “Being Boring”, do Pet Shop Boys, e “Blue Spanish Sky”, do cantor Chris Isaak. Também no início da década de 1990, ele fotografou para a “Vogue” americana o falecido River Phoenix em um editorial chamado “Tofu Guys Don’t Eat Meat”, que se tornou célebre pela beleza espontânea e por coincidir com o período em que o ator alcançou o auge, apenas três anos antes de morrer. Daí para frente, muitos outros trabalhos de peso vieram, incluindo as campanhas da Abercrombie & Fitch, retratos para publicações estreladas de astros como David Bowie, Tom Hanks e Madonna, além do cobiçado Calendário Pirelli, que ele clicou em 2003.

    – Clipe de “Being Boring”, do Pet Shop Boys: 

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