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Fotos digitais, com tratamento de analógicas, compartilhadas em redes sociais e impressas em uma exposição – esta é mais ou menos a ideia da Expogram, organizada pelas amigas Renata Chebel, Luciana Obniski e Érika Garrido, que segue de 9 a 23 de abril na loja e galeria Tag & Juice, na Vila Madalena, em São Paulo.
O ponto comum de todas as imagens selecionadas para a mostra é o uso do instagram, aplicativo gratuito para iPhone lançado em outubro de 2010 e que alcançou popularidade meteórica entre os fotógrafos de plantão, muito em parte graças às suas opções de filtros que garantem um visual vintage aos cliques. “Acho que uma parte desse sucesso é porque estamos começando a nos cansar da estética da perfeição digital, do hiper-realismo, do photoshop, da cara de plástico das imagens publicitárias: elas não nos emocionam mais”, opina a jornalista e fotógrafa Renata Chebel. “Estamos indo buscar na estética do analógico, com toda a imprevisibilidade dos filmes vencidos, dos processos cruzados de revelação, dos vazamentos de luz no corpo das câmeras, das distorções das lentes… estamos buscando aí, nesses “erros”, as imagens que nos emocionam, que nos trazem sensações. Nossas fotos de famílias, de nossa infância, pais e avós eram assim, têm toda essa carga nostálgica”, continua.
Outro atrativo do instagram – e que o diferencia de outros apps de tratamento de imagem, como por exemplo o hipstamatic – é a possibilidade de imediato compartilhamento e interação com outros usuários do aplicativo. “O legal não é o filtro que parece antigo, é retratar a poesia do seu dia-a-dia e poder acompanhar isso dos outros”, explica a jornalista Luciana Obniski, que completa: “E eu, pessoalmente, acho que rede social, como o instagram, só é válida se te acrescenta algo no real. Por isso organizamos a exposição. A gente quer que todo mundo se conheça e troque experiências”.
Renata conclui: “E nós somos a geração da transição entre analógico e digital, que sofre de nostalgia precoce, que aos vinte já tinha saudade da infância, que aos trinta fala da adolescência como se ela fosse um passado muito remoto. Então faz muito sentido, se você pensar nisso, organizar uma exposição impressa dessas imagens. Uma última coisa ainda, que vale a pena lembrar: as imagens digitais quase sempre se perdem, seja no tempo, na evolução da tecnologia, nos labirintos do armazenamento digital ou simplesmente no excesso. Trazê-las para o mundo físico é uma forma de preservá-las”.
A Expogram foi organizada pelo trio, que selecionou 200 imagens do instragram com a hashtag #expogram – foram mais de 4 mil fotos taggeadas! Quem quiser conferir o resultado da curadoria pode visitar a Tag & Juice de 9 a 23 de abril.
Tag & Juice
Rua Gonçalo Afonso, 99
Vila Madalena, São Paulo
(11) 2362-6888 / 2368-9361