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    Lenny, um dos destaques da semana, desfila hoje; saiba o que vem por aí…
    Lenny, um dos destaques da semana, desfila hoje; saiba o que vem por aí…
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    LENNYLenny comemora 20 anos de carreira ©Agência Fotosite

    Os conversas de hoje giram em torno do desfile de Lenny, que comemora os 20 anos de sua marca com uma apresentação que promete na Lagoa, seguida de uma baita festa.

    Maria Helena Ortiz nasceu em Santos, e na adolescência mudou-se para São Paulo com a família. Mas foi no Rio de Janeiro que Lenny Niemeyer descobriu seu talento e revolucionou a moda praia brasileira. Em 1980, quando aterrissou no Rio de Janeiro, Lenny era arquiteta paisagista, mas não conseguiu manter projetos à distância e começou a fazer biquínis a pedido de uma amiga paulistana. “Comecei a fazer e mandar para uma amiga que vendia moda praia em São Paulo. As paulistanas queriam biquínis lindos como os cariocas, só que mais comportados e na época não havia opção”, contou Lenny ao FFW.

    E foi assim que Lenny começou sua história com a moda praia, que mudou a trajetória do beachwear brasileiro. O FFW conversou com a estilista, que falou do início da carreira, sobre celebrar 20 anos de sua marca, do desfile no próximo Fashion Rio e, claro, dos preparativos para a festa que vai comemorar duas décadas de sucesso.

    verao2011-3Fashion Rio Verão 2011 ©Agência Fotosite

    Como você avalia a sua marca hoje, após 20 anos de trabalho?

    Eu acho que ela acabou sendo uma marca que eu consegui manter fiel com o que que eu imaginei para ela desde o início.

    Qual era a imagem da Lenny no início? Quais características a marca sempre manteve?

    Quando comecei foi para fazer um biquíni diferente do carioca que já existia. A ideia no início era fazer algo que valorizarasse o corpo da mulher, que tivesse a cara do biquíni carioca, brasileiro, mas sem ser tão pequeno. Era para ser uma um pouco mais comportada do que o biquíni carioca da época e eu consegui me manter fiel a isso sempre. Outra coisa que gostava era de estampas, mas não encontrava estamparia diferente, ou eram desenhos muito pequenos, ou eram poucas cores… Apesar de ser uma peça tão fundamental no armário da carioca, não havia tanta opção. E eu consegui fazer. Por que não ter estampas legais no biquíni também?

    E como foi seu caminho até abrir sua própria marca?

    Depois que comecei a mandar esses biquínis para São Paulo, o pessoal ficou conhecendo os biquínis da Lenny, mas nunca achei que iria virar uma marca, só que ela foi crescendo. Eu fazia umas peças e começava a procurar as lojas que eu achava que tinha cara do biquíni. Fiz para Fiorucci, para Richards, para um monte de lugar… Trabalhei assim por uns 10 anos e isso me ajudou muito a encontrar meu próprio estilo. Até hoje eu falo para as meninas da minha equipe que tem que trabalhar muito e saber das outras marcas até ter um estilo próprio  e fazer a sua. E chegou uma hora em que eu precisava abrir minha própria loja ou uma barraca na feira hippie (risos). Abri meu primeiro espaço e de lá para cá foi quase uma por ano. Foram 19 em 20 anos.

    Você se lembra de alguma peça que criou que hoje olha para ela e acha engraçada ou até se arrepende?

    Na época em que eu ainda não tinha minha marca, havia um biquíni sem lycra, e você tinha que ir enrolando e enrolando… Não vou dizer que me arrependo, porque não me arrependo de nada que fiz, mas não tinha nada a ver (risos)! O que mais gosto e o que mais me diverte até hoje é o primeiro biquíni que eu fiz, com argolinha de osso nas laterais. Fui no açougue, serrei o tutano, tratei o osso… Não tinha opção, foi um trabalho artesanal.

    lenny-2010-3Fashion Rio Verão 2010 ©Agência Fotosite

    Você é uma das “mães” do estilo moda-praia de luxo. Muitas marcas adotaram essa como uma posição estratégica. O que você acha disso?

    Minhas roupas acabaram ficando sofisticadas porque não era o que estava na praia. Geralmente os biquínis tinham que ser baratos ou feitos em materiais extremamente sintéticos, e eu resolvi trabalhar com a seda na praia, por exemplo. Não pela sofisticação, mas porque tinha tudo a ver, é um tecido leve, natural, que não ocupa espaço, é fresco. Não era usado na moda praia antes, mas não tinha por que não fazer isso. Achei um uso normal, que acabou criando uma sofisticação porque foi diferente. Minha ideia não era cair num clichê da moda praia sofisticada, mas na praticidade e na beleza do material natural. Minha moda é tão Ipanema, uma roupa que você pode estar totalmente descontraída, é o lifestyle da carioca. A sofisticação é no material e na execução. E as pessoas já estão pensando nisso, tem conceito, distinção, cada uma tem seu público, sabe como é a sua personalidade e sua maneira de refletir o estilo de vida de suas clientes. É, o segmento se sofisticou, ficou mais cuidadoso, tem estampas mais elaboradas. Não é à toa que a gente conquistou o mercado lá fora e hoje em dia eles escolhem a gente, eles querem o shape brasileiro. A moda brasileira é aquela coisa de natureza, de coisa fresh, gostosa.

    Alguns biquínis e maiôs que você faz têm recortes que realmente não são propícios para usar debaixo do sol. Em quais ocasiões eles devem ser usados?

    Em termos práticos, as mulheres não usam maiô, só usam biquíni. Mas mudou essa ideia de que a mulher vai para praia só para se bronzear e o maiô deixou de ser uma coisa pra cobrir a barriga. Dá para usar no pós-praia, no fim da tarde, em uma situação em que se quer cobrir mais o corpo. Substitui um pouco a roupa combinado com uma canga, com um calça, um vestido longo… É uma roupa que permite um mergulho!

    Ainda é possível inovar na moda praia? De que forma? Silhuetas e materiais? Quais as novidades nessas áreas?

    Sempre existe! Mudam os materiais, começam a haver mais recursos, texturas diferentes… Por incrível que pareça, sempre tem. E a partir daí, vamos fazendo releituras com mais tecnologia, como tudo na moda. Tem lycra siliconizada, dá para fazer cortes a laser, biquínis totalmente sem costura, que são colados, que criam uma aderência e fica quase como segunda pele no corpo. Lycras finas como jérsei de seda, pra fazer dobras e drapeados. Brilhos foscos, furta cor, que parece cetim ou seda. Passa um tempo e eles voltam com mais tecnologia, a indústria evolui muito. Temos uma grande variedade e conseguimos fazer muita coisa com a moda praia, cada um a seu gosto. É um segmento que evoluiu demais e rapidamente.

    Como está essa coleção?

    Foi uma coleção gostosa de fazer. Eu sempre faço uma história de uma mulher que viaja. É uma comemoração muito legal. Estou no Rio, consegui fazer muita coisa aqui. A coleção dá uma passada por tudo isso e de certa forma revisita essa mulher e todos os lugares que ela já foi ao longo da minha carreira. Há itens que fazem referência a tudo que eu já fiz, mas de um jeito sutil. É uma homenagem à mulher brasileira e ao Rio.

    Você é muito famosa por suas festas. A desta temporada vai ter um clima especial de aniversário?

    É uma data a ser comemorada! E a maneira melhor de celebrar é fazer o que eu queria fazer há muito tempo. O desfile vai ser na Lagoa Rodrigo Freitas, ao ar livre, é o lugar onde eu moro há 30 anos. Dá para ver o Cristo, o Morro dos Dois Irmãos… É a vista mais bonita do Rio de Janeiro.

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