Rolou na última quarta-feira (02/12), no Clash Club em São Paulo, o show dos Dirty Projectors. O grupo ficou famoso 2009 depois de lançar o disco “Bitte Orca”, considerado um dos melhores lançamentos do ano pela crítica especializada.
A mistura de rock, folk e experimentações acabou ganhando também os ouvidos de músicos influentes, como Björk, que se apresentou com eles em Nova York, e David Byrne. E ao lado de bandas como Grizzly Bear, Vampire Weekend e Beach House, eles ajudam a formar uma cena musical cultuada no Brooklyn e que reside no epicentro dos hipsters, o bairro de Williamsburg.
Casa cheia de indies, hipsters e músicos para ver o show dos Dirty Projectors ©Priscila Vilarinho
O quinteto paulistano Holger abriu a noite com seu rock energizante. É visível o quanto a banda se diverte no palco – talvez até mais que a própria plateia. Nos arranjos, eles tentam de tudo: coros harmonizados, riffs de guitarra curtos e até coreografias. Apesar da qualidade técnica, falta uma presença feminina pra dar mais equilíbrio e charme às canções. Não tomem o conselho como sexista: imagine o Pixies sem Kim Deal ou Sonic Youth sem Kim Gordon. São raros os homens que conseguem equiparar o carisma de uma figura feminina on stage, e o Holger não é uma exceção à regra.
Já o show principal (Dirty Projectors) começou com a acústica “Two Doves” na voz de Angel e violão de Dave Longstreth. Apesar dos problemas técnicos – o som da casa não fazia jus à qualidade da banda – a plateia se rendeu rapidamente. Os Dirty Projectors surgiram em 2002, como um projeto solo de Longstreth, e foi crescendo em tamanho, integrantes e importância ao longo de 12 (!) discos em apenas 8 anos.
Dave Longstreth e uma das suas vocalistas; supergrupo experimental ganhou platéia paulista ©Priscila Vilarinho
Dave é um cara jovem, com uma boa e potente voz; mas é como guitarrista que ele brilha. Riffs agudos e curtos, que ele toca sem esforço, são a marca registrada da banda; além de melodias complicadíssimas como as de “Temecula”. A complexidade dos arranjos seguiu em “No Intention”, cheia de paradas inesperadas. “Estamos muito felizes de tocar no Brasil. Vocês são as pessoas mais musicais do mundo, e nós… também temos isso”, disse o líder da banda em tom de confissão
Dirty Projectors; a banda tocou nessa quarta-feira no Clash e caiu no gosto de Bjork e David Byrne ©Priscila Vilarinho
Outro destaque é o grupo de três vocalistas – Amber Coffman, Angel Deradoorian e Haley Dekle – que fazem harmonias tão afinadas que é possível desconfiar de um auto-tune escondido. Felizmente, é tudo ao vivo: em “Stillness is The Move”, o céu é o limite para os agudos e improvisações vocais de Amber, que foi ovacionada pela plateia. Confira mais fotos na galeria ao lado!