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    Direto de Paris: as editoras de moda são as novas modelos?
    Direto de Paris: as editoras de moda são as novas modelos?
    POR Augusto Mariotti

    Por Paula Rita Saady, em Paris

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    Carine Roitfeld em flagra do blog Jak & Jil ©Reprodução

    Qual é o papel da editora de moda atualmente? É necessário incorporar a alma de uma publicação em um estilo de vida? Em um mundo hiperconectado, ávido por notícias e personagens, esse é um assunto que atualmente divide opiniões: marketing pessoal, estratégia comercial ou pura vaidade? O fato é que algumas editoras estão faturando alto em cima de sua própria imagem.

    Após a declaração polêmica de Franca Sozzani, diretora da “Vogue” italiana, em que ela diz odiar fashionistas, ficou claro o incômodo com a atual celebridade de algumas colegas.

    As editoras sempre traduziam as tendências e as novidades para o cotidiano de revistas, mas cada vez mais sua aprovação é ponto crucial na carreira de um estilista, stylist, fotógrafo ou modelo. Cada vez mais o que elas vestem impacta leitores e fãs de moda. Por que não utilizar toda essa bagagem e lucrar com isso? Moda por quem entende de moda não pode dar errado.

    Para Costanza Pascolato, “cada editora tem uma trajetória diferente e não podemos colocá-las em uma só categoria. Estamos em um novo momento da moda, graças à internet”.

    Sim, foi a internet que ajudou a popularizar as imagens de Anna Dello Russo e Carine Roitfeld, atuais fenômenos de mídia, que vendem produtos e esquentam sites e blogs, e são nomes fáceis até para quem não é do meio. Sem esquecer da “diaba” Anna Wintour, cuja ambição e oscilações de humor já foram retratadas em inúmeras reportagens, filme e documentário.

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    Carine na capa da “i-D”, na rua e no “Baile de Vampiros” organizado por ela; e detalhe do seu livro “Irreverent” ©Reprodução/FFW

    Carine foi a primeira editora a ser notada por seu estilo pessoal. Sua assinatura porno-chic em editoriais e campanhas marcaram uma época e seu estilo representava a atitude da revista. Durante a semana de moda em Paris, ela lançou sua biografia, “Irreverent”, e recebeu uma legião de fãs que queriam mais tirar uma foto com ela do que comprar o livro. Tom Ford criou uma bolsa que leva seu nome, que já promete ser a nova it bag. Ela também é capa da “i-D”, e agora vai lançar sua própria revista.

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    Anna Dello Russo nas ruas e, à direita, em editorial fotografado por Juergen Teller para a “W” de novembro de 2010 ©Reprodução/FFW

    Anna Dello Russo, também conhecida como Lady Gaga da moda, é um fenômeno mais recente. Aos 48 anos, 25 passados na editora Condé Nast, ela sabe como ninguém chamar atenção, com dezenas de looks extravagantes, que ficam no limite entre o divertido e o mal gosto. Seu guarda roupa já ocupa um apartamento inteiro em Milão. Além disso, Anna tem seu próprio site, desfilou para Ungaro e lançou um perfume que leva seu nome, entre outras atividades. “A moda não é apenas para jovens”,  defende-se.

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    Emmanuelle Alt, em cliques na rua ©Reprodução/FFW

    Por outro lado, há as que são mais low profile, caso de Emmanuelle Alt, atual editora da “Vogue” francesa. Aos 44 anos, ela quase não usa maquiagem, e ostenta sempre um visual cool e andrógino, na melhor personificação da parisiense urbana. Em um cargo de alta visibilidade, Emmanuelle não vivencia a fama como um lifestyle. “Existe muito trabalho anônimo por trás da celebridade e ela é apenas o resultado de tudo isso”, disse ao FFW. Vanessa Bellugeon, da “L’Officiel”, concorda: “Existe um grande trabalho de coordenacão de equipe, clientes e fornecedores. Eu nem consigo ver muitos desfiles, passo muito mais tempo na redação”.

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    Giovanna Battaglia na rua e no “Baile de Vampiros” de Carine Roitfeld ©Reprodução/FFW

    Para a stylist Giovanna Battaglia, a vaidade e o acesso fácil a produtos exclusivos, como peças de desfile por exemplo, colaboram com o fenômeno. “Moda é um negócio diretamente ligado à vaidade, e é claro que nós adoramos nos vestir bem”.

    Mulheres maduras, bem sucedidas, bonitas e estilosas. Não seria esse o perfil aspiracional das consumidoras do luxo? Grace Coddington, da “Vogue” americana, confessa não fazer parte do fashion showbizz, mas analisa os prós e os contras das novas celebridades da moda. “Elas fazem você acreditar que tudo o que usam é maravilhoso, porque são mulheres reais. Isso realmente está ajudando as marcas a venderem. Mas é uma época dificil para as modelos”, brinca.

    Manter a atenção e a curiosidade do público pelos seus looks parece hoje imprescindível para quem está nessa indústria, certo? Para muitas pessoas sim, mas não para Suzy Menkes, uma das principais editoras do planeta. “Eu entendo que isso pode ser parte do jogo, mas pessoalmente prefiro estar confortável para escrever no computador, pois esse é o meu verdadeiro trabalho.”

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