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    Direto de Londres: FFW entrevista as criadoras de novo fanzine erótico
    Direto de Londres: FFW entrevista as criadoras de novo fanzine erótico
    POR Augusto Mariotti

    Por Mariana Catta Preta*, de Londres

    1-irene-fanzine-erotica-francesa©Reprodução

    “IRÈNE” é uma fanzine francesa que explora o universo erótico através de fotografias, poesias, desenhos e colagens, criada pela fotógrafa e designer gráfica Esthèle Girardet, pela estilista de lingerie Geneviève Eliard e pela estudante de arte Lucie Santamans. Tudo começou em Londres como um projeto entre amigas; hoje, além de fanzine, “IRÈNE” é também um blog repleto de imagens eróticas inspiradoras.

    Em uma breve visita a Londres, cidade natal de “IRÈNE”, onde moraram durante alguns anos, elas falam sobre o projeto da fanzine e dão algumas dicas da capital.

    Como que IRÈNE começou?

    Nos conhecemos em Londres, para onde viemos por diferentes razões, em 2009. Geneviève sempre teve paixão pelo universo erótico e já tinha vontade de criar uma revista ou blog. “RÈNE” começou como um projeto entre amigas. Esthèle como fotógrafa, Lucie como modelo e Geneviève com milhões de ideias e referências. O primeiro trabalho foi um editorial para exibir a coleção de lingerie de Geneviève. Mas rapidamente começamos a fazer nu. Gostamos do resultado e pensamos que nós poderíamos fazer novamente, e fizemos. E de novo! E de novo! E foi assim que começamos o projeto fanzine. Nós usamos um poema de Paul Valery, ”Jeanne”, como inspiração. Cada editorial foi inspirado por um verso retirada do poema.

    lateral-1-irene-fanzine-erotica-francesaVocês têm influência do surrealismo misturado com o conceito de fanzine. Quais são essas inspirações?

    Nós realmente gostamos da abordagem surrealista do erótico. Também nos interessamos pelos jogos que eles faziam para criar arte. Baseado nisso, nós queríamos fazer da fanzine uma espécie de “exquisite corpse”. Cada conteúdo inspirado por um verso do poema de Paul Valery, cada palavra inspira um photoshoot ou uma ilustração. No final, cada parte pertence a um todo com um significado totalmente diferente dentro do contexto.

    A gente também admira vários fotógrafos, de Willy Ronis a Ryan McGinley. Adoramos Juergen Teller com sua imposição realista do nu. Tem também uma cena linda do filme “Eu sou o amor”, de Luca Guadagnino, em que a Tilda Swinton degusta camarões. Cena muito erótica, e ela está apenas degustando comida. Gostamos da ideia de que o erótico pode ser usado em diferentes sentidos e que pode aparecer em qualquer lugar.

    “IRÈNE” explora o nu artístico. O que faz “IRÈNE” ser um projeto de nu e não de corpos despidos?

    Pensamos em nu como algo belo, universal e único. Hoje em dia, o pior convencionalismo são os padrões de corpos perfeitos, que acabam parecendo todos similares; preferimos a beleza natural. Temos em mente os padrões de belo que foram estabelecidos durante toda a história da arte. Pose, luz, cenários, etc. Nos inspiramos, mas tentamos ir em direção a algo diferente e novo.

    De certa forma o nu é uma forma de se vestir. Não é apenas um corpo sem roupa, tudo que o cerca também faz parte do contexto. O que vocês buscam quando tiram uma foto?

    Para a primeira fanzine, na maioria das fotos Esthèle foi a fotógrafa e Lucie a modelo. O que queríamos era capturar a intimidade.

    irene-fanzine-erotica-francesa©Reprodução

    Segundo Dürer, o ideal de beleza seria composto pelo rosto de uma pessoa, o braço de outra, a perna de uma terceira, e assim vai… Para vocês, qual é o ideal de nu?

    É muito bonita a ideia de perfeição ser uma mistura de todos. Mas nós não estamos buscando a perfeição. É através das imperfeições que encontramos algo único. O ideal de nudez seria aquele corpo que atrai luz, aquele que você não consegue tirar o olho.

    “IRÈNE” é uma musa ou voyeur?

    “IRÈNE” é definitivamente uma musa. Na realidade, “IRÈNE” é o nome de várias musas. Como a Irène Hamoir, que foi uma poetisa surrealista e também musa de seu marido que escreveu bastante sobre ela. Magritte também escreveu sobre ela. Aragon escreveu sobre outra Irene… “IRÈNE” é um nome atemporal, ela é a inspiração, a última musa!

    Agora de férias, passeando por Londres, quais são as impressões dessa cidade?

    Londres é um lugar onde tudo é possível. As pessoas são extremamente criativas e originais. “IRÈNE” não poderia ter nascido em outro lugar! Londres é uma cidade incrível onde tudo está em constante mudança. É aquele tipo de lugar que você precisa explorar e descobrir por si só, o que faz daqui um lugar tão especial.lateral-2-irene-fanzine-erotica-francesa

    Como seria um dia londrino “ideal” para vocês?

    Tem alguma coisa especial no estilo de vida londrino. Uma variedade de cafés para ir pela manhã, desde “Coffee Plant” em Portobello Road até “Tin Coffee” em Glebe Road, esquina onde a Geneviève morava. Um passeio pelas livrarias/ revistarias dessa cidade! A gente ama encontrar as últimas publicações de revistas independentes. Na zona oeste de Londres, Roccoco é a “Meca” para revistas, ou a Claire Roue que também é ótima e fica no Soho. No leste de Londres, tem a Broadway Market, onde praticamente encontra-se tudo. Para ter uma noite clássica e incrível, um passeio por Hoxton Square, visitar as galerias de arte por lá, e terminar em algum gastro pub. Londres tem comida incrível. Mesmo que o clichê afirme o contrário.

    Daqui a dois dias vocês voltam para Paris; quais são os planos e o que podemos esperar para a próxima edição de “IRÈNE”?

    “IRÈNE” será completamente diferente da primeira edição. O primeiro foi nosso bebê, o próximo será uma “IRÈNE” crescida! Na primeira edição, “IRÈNE” foi feita 100% por mulheres, já na segunda temos colaborações masculinas, para trazer um olhar diferente. Agora contamos com a parceria de Logan White, Sophie Van der Perre, Marko Righo, Corrado Dalco… entre outros. Além disso, estamos preparando um evento em Paris para lançar a próxima edição de “IRÈNE”. Se você estiver por aí, é claro que está convidada, como todos os brasileiros em Paris.

    2-irene-fanzine-erotica-francesa©Reprodução

    * Mariana Catta Preta mora em Londres onde faz mestrado em Fashion Media no London College of Fashion

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