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    POR Redação

    Muçulmana passa ao lado de uma placa de shopping em Dubai que aconselha a utilização de roupas “respeitosas” ©Reprodução

    Há, entre os ocidentais, a crença de que as mulheres muçulmanas querem ser libertas das tradicionais vestimentas estabelecidas pela doutrina islâmica. Tal convicção, no entanto, está geralmente alicerçada em conhecimento de nível raso sobre a cultura alheia, ou em inquestionável preconceito. Em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), o número crescente de turistas originou a criação de uma campanha virtual intitulada “UAEDressCode”, que, liderada por Asma al-Muhairi, de apenas 23 anos, solicita às autoridades locais a regulamentação de um código que legisle sobre as roupas que os estrangeiros podem usar em público.

    Os Emirados Árabes Unidos, compostos por sete estados, entre eles Abu Dhabi e Dubai, são considerados moderados em relação à doutrina islâmica. Apesar de terem, obrigatoriamente, que usar a abaya e o niqāb, peças que cobrem quase todo o corpo, as mulheres são bastante ativas, podendo ocupar inclusive cargos de destaque na sociedade local – al-Muhairi, por exemplo, trabalha com marketing. Mas, para elas, liberalismo não significa abandonar os valores religiosos que conduzem os costumes muçulmanos. “Ao ir a um shopping center, vi duas moças vestindo… não posso nem dizer shorts. Era roupa íntima. […] Fiquei parada, pensando: “Por que isso continua? Por que no shopping? Eu vejo famílias. Vejo crianças por perto”, contou al-Muhairi ao “The Huffington Post”, ao ser questionada sobre as razões que a levaram a criar o “UAEDressCode” (“EAU Código de Vestir”, em tradução para o português).

    Inicialmente, al-Muhairi conta que tentou persuadir a organização do shopping a interceder. Sem sucesso, no entanto, juntou-se a amiga Hanan al-Rayes, para, no Twitter, expor sua opinião sobre o assunto. De imediato, ambas receberam comentários favoráveis e, motivadas pelo apoio virtual, lançaram a campanha “UAEDressCode”. A problemática comportamental acontece em virtude do crescimento econômico dos EAU: segundo o “The Huffington Post”, a população residente nesses estados, em especial Dubai e Abu Dhabi, dobrou na última década. Hoje, as nações do Golfo Pérsico não são apenas destinos turísticos, mas locais onde profissionais da Ásia, África, Europa e Oriente Médio encontram trabalho na indústria petrolífera.

    “Acho que em uma região cada vez mais tumultuosa e em uma era de forças globalizantes poderosas e muitas vezes intrusivas, os cidadãos dos EAU estão mais preocupados que suas tradições e valores fundamentais estejam erodindo. […] De certo modo, é uma reação popular às autoridades e líderes que por muitos anos fizeram pouco para verificar essa erosão”, justificou Christopher Davidson, professor da Universidade de Durham, na Inglaterra, ao “The Huffington Post”. O fato é que os EAU já possuem um código que regula como e onde os turistas podem beber, bem como proíbe as demonstrações públicas de afeto; o tamanho das vestimentas, no entanto, é tratado pelo governo e pelos estabelecimentos comerciais como um aconselhamento. E, mesmo nas questões instituídas por lei, a quantidade de violações cresce à medida que aumenta a entrada de estrangeiros na confederação.

    Layout do Twitter da campanha “UAEDressCode” ©Reprodução

    Tais violações, entretanto, só afetam o cidadão “médio” dos EAU quanto invadem ambientes de uso comum, como os já mencionados shoppings. A maioria desses estabelecimentos possui uma política interna que recomenda a seus frequentadores que se vistam de modo “conservador” – ou seja, cubram os ombros e joelhos –, o que é pouco divulgado e, consequentemente, desconhecido por quem vem de outros países. O jornal árabe “Gulf News” procurou a direção do shopping onde al-Muhairi confrontou-se com as turistas; no entanto, os responsáveis pelo local argumentaram que não haveria nada a ser feito enquanto não fossem criadas leis específicas. A campanha empreendida pela jovem não é a primeira a demandar um reforço às regras indumentárias nos EAU, mas o acesso à internet e a popularização das redes sociais viabilizaram que essas mulheres fossem ouvidas (fator essencial, inclusive, para a ocorrência da Primavera Árabe, entre 2010-2012).

    O Twitter da campanha (@UAEDressCode) tem até o momento mais de 3.350 seguidores. O tom adotado não é de inflexibilidade, muito pelo contrário: al-Muhairi é grande apreciadora de filmes ocidentais e dos cafés do Starbucks. Sob o lema “Liberdade e respeito são dados contanto que você não abuse deles”, o que a iniciativa requer é apenas a manutenção dos costumes locais, algo legítimo e que o bom-senso considera imprescindível, já que as tradições e os símbolos culturais não são exclusivos do Golfo Pérsico – e o Brasil está aí para comprovar.

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