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Diane Birch faz parte de um novo time da música. Um time que vai de encontro às vozes e ao sucesso de nomes como Katy Perry, Pussycat Dolls e derivados, e que se assemelha bem mais a Adele, Duffy e Amy Winehouse, graças à voz poderosa, que mistura soul (mais dos anos 60/70), jazz, folk e pop, as letras profundas – e todas escritas por ela – e um jeitinho todo retrô.
De 27 anos, nascida em Michigan, ela pode parecer frágil à primeira vista, mas não: “Quando criança eu tive que endurecer. Toda vez que eu me mudava, eu era a ‘pessoa nova’, então após um tempo você se torna auto-suficiente”. Tais mudanças se devem ao seu pai, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que quando Birch era pequena, levou a família para o Zimbábue, depois Austrália e em seguida para a África do Sul. Aos 11 anos, a família se assentou em Portland, Oregon, e ela clandestinamente começou a ouvir pop, já que seus pais proibiam, dizendo que era uma música “pecaminosa”. E como muitas garotas adolescentes, se rebelou contra sua educação e se tornou gótica, obcecada com músicas de Cure, Bauhaus e Sisters of Mercy. “Isso resultou basicamente do meu background clássico. Eu era muito obcecada com música clássica e era a única coisa que eu ouvia quando criança. Então eu meio que me desloquei para toda essa fase gótica porque eu amava o movimento gótico, amava um monte de bandas góticas e eu era um pouco obcecada com o século XVIII”, explicou.
+ Ouça “Fools”, primeiro single de Diane a ser lançado no Brasil:
Enquanto crescia, Birch foi educada com música: “Eu comecei a tocar piano quando eu tinha sete anos e comecei piano clássico. Estudei um método para treinar meus ouvidos, então eu tocava música pelo ouvido, e comecei a pegar coisas só de ouvir”, contou em entrevista. Além de piano, Birch ouvia apenas ópera e música gospel em casa, o que influenciou bastante a maneira com que canta. “Eu cresci na igreja. Depois eu me rebelei e deslizei para diferentes gêneros do pop. Mas a igreja, como toda a sua linguagem e imaginário, ainda é grande parte de mim. Eu evoluí através de tantas fases diferentes, tentando descobrir quem eu sou, o que eu sou. A resposta é que eu sou todas essas coisas”, disse em entrevista ao “Telegraph”.
Birch já teve sua fase gótica e hoje faz uma mistura de sons, do soul ao gospel ©Reprodução
Ao terminar a escola, a cantora se mudou para Los Angeles, sem apoio dos pais, e começou a tocar em pianos de hotéis. Quando Prince a ouviu, gostou e chamou-a para tocar com ele e sua banda, em sua casa. Depois disso, ela se mudou para Londres, assinou com um empresário e escreveu boa parte de seu álbum de estreia, “Bible Belt” (que significa “Cinturão da Bíblia”, provavelmente uma referência aos pais religiosos).
A maioria das canções de “Bible Belt” se relaciona com a vida da cantora. “Rise Up” é uma declaração vigorosa e honesta sobre a moralidade proibitiva de sua mãe, e “Valentino” (que tem um clipe incrível) é sobre um amigo imaginário criado por ela em seus dias solitários na África: “De alguma forma, essa música representa, na verdade, uma espécie de adeus à inocência infantil, quando sua imaginação é tão vívida e pura, e não é censurada pela mídia, ou sociedade, ou qualquer coisa. Só é realmente, realmente livre. Essencialmente essa música representa aquela pureza de imaginação”, explicou a cantora.
+ Assista ao clipe de “Valentino”:
Com letras tão pessoais, é de se perguntar se Diane não se sente muito exposta. A resposta é não: “Na verdade é ótimo. Eu nunca tenho certeza se as pessoas estão curtindo. Eu fico tipo, ‘Quer dizer que você gostou disso?´. É um pouco estranho as pessoas gostarem disso, porque eu sempre penso, ‘Oh, yeah, tenho certeza que isso é uma droga’. Então as pessoas reagem a isso, e isso realmente vale a pena”.
Franjão e cílios cheios de rímel são indispensáveis ©Reprodução
Além do da voz incrível e do rosto lindo, Diane possui um estilo bastante único. Ao “Refinery 29” contou as cinco peças que usa constantemente:
1. “Amo chapéus e sempre mantenho um guardado em minha bolsa, mesmo que eu não estiver num humor pra chapéu”.
2. “Adoro acessórios “Nativos Americanos” e tenho um bracelete Djare feito à mão que eu nunca tiro”.
3. Eu tenho essa velha camiseta esfarrapada da KMFDM que eu uso para dormir, e às vezes eu não consigo tirá-la, então eu a uso durante o dia também!”.
4. “Minha legging de couro Raquel Allegra”.
5. “Minha bota de carneiro tem sido minha melhor amiga”.
E qual seria a arma secreta para levantar um look rapidinho? “Tem que ser um batom vermelho”.
Bible Belt – Diane Birch
1. “Fire Escape”
2. “Valentino”
3. “Fools”
4. “Nothing But A Miracle”
5. “Rewind”
6. “Rise Up”
7. “Photograph”
8. “Don’t Wait Up”
9. “Mirror Mirror”
10. “Ariel”
11. “Choo Choo”
12. “Forgiveness”
13. “Magic View”
A cantora mantém um tumblr, cheio de referências boas. Acesse aqui.
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