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    Exposição desvenda o movimento artístico do culto à beleza
    Exposição desvenda o movimento artístico do culto à beleza
    POR Redação

    abre-exposição-no-victoria-and-albert-sobre-o-culto-a-beleza“Pavonia”, Frederic Leighton, 1858-9 ©Christie’s

    “Mas a beleza, a verdadeira beleza, acaba onde começa a expressão intelectual. O intelecto é em si uma forma de exagero e destrói a harmonia de qualquer rosto. Assim que nos sentamos a pensar, ficamos todos nariz, todos testa, ou outra coisa horrenda. Veja esses homens que triunfam em qualquer profissão intelectual. São completamente hediondos!”. Essas palavras, ditas pelo personagem Lord Henry no livro “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, poderiam servir como resumo do Esteticismo, movimento que teve o próprio Wilde como um de seus principais representantes e que ganha exposição no museu V&A, em Londres.

    “The Cult of Beauty: The Aesthetic Movement 1860-1900” fica em cartaz até julho e explora todas as manifestações desse movimento que colocava a beleza como bem maior e objetivo a ser atingido nas artes, design, literatura e moda. Dividida em quatro seções de ordem cronológica, a mostra tem pinturas, desenhos, roupas, joias, livros e mobiliário da época, com obras de seus artistas mais representativos: o artista e designer Edward Burn-Jones, o pintor James Whistler, o ilustrador Aubrey Beardsley e o escritor Oscar Wilde, entre outros.

    Para Stephen Calloway, curador da exposição, um dos pontos curiosos a se observar no Esteticismo é que a intensa busca pela beleza do início do movimento vai se transformando em uma curiosidade e fascinação pelo macabro. “Não é por acaso que um número tão extraordinário das imagens sejam, de alguma forma, lânguidas. Se você realmente decide que a beleza existe apenas por si mesma e não leva a mais nada, então para onde isso vai? Eu acho que essa é a questão central, e acho que certamente há algo meio doentio nisso. Há a sensação de que tudo termina em decadência e isso é parte do que nós queríamos explorar nesta exposição”, ele afirma em entrevista ao site da “AnOther Mag”.

    O próprio “O Retrato de Dorian Gray”, citado ao início deste texto, é exemplo dessa combinação “beleza + morbidez”. Na obra (que aliás, tem uma adaptação cinematográfica atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros), Dorian Gray é um jovem belo e inocente –- até que se apaixona pela própria beleza representada em um retrato pintado pelo amigo Basil Hallward e, sob a influência do aristocrata hedonista Lord Henry Wotton, se joga impulsivamente na busca do prazer e da beleza que eventualmente se transformam em tragédias.

    Trazendo o Esteticismo para a atualidade, Stephen Calloway faz um paralelo entre a obra do artista Dante Gabriel Rossetti, um dos precursores do movimento, e os irmãos Chapman, que despontaram no cenário artístico londrino no início dos anos 1990: ele afirma que Rossetti tornou-se recluso ao fim da vida, “cercando-se de coisas realmente bizarras. É muito provável que os derivados de ópio em que ele estava viciado lhe causavam visões que se manifestaram em seus extraordinários quadros finais. Eu acho que há uma sensação distinta de um crescente interesse no macabro e até no extremamente grotesco, e às vezes você tem a sensação, com certas figuras, de que elas quase tinham prazer em chocar, algo que rende uma aproximação com os irmãos Chapman”.

    The Cult of Beauty: The Aesthetic Movement 1860-1900
    Até 17 de julho de 2011
    £ 12
    Museu Victoria and Albert
    Cromwell Road
    Londres SW7

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