Colaborou Mariana Blot
©Romeuuu
Diogo Veiga, Fabiano Faccini, Fred Motta, Gabriel Martinez, Leo Calil, Leo Capote, Marcelo Stefanovicz, Paulo Bega, Sandro Mencarini… Quem acompanha a última década da moda no Brasil certamente lembra de ao menos um desses nomes.
Tops em um mercado em que geralmente são as meninas que mais se destacam, os modelos mencionados acima marcaram época e fizeram, cada um a seu modo, um pouco de história.
Anos depois e afastados do mondo modelo, casaram, tiveram filhos, mudaram de profissão, se reinventaram… No texto a seguir você reencontra e descobre por onde andam e que caminhos percorreram estes veteranos das passarelas e campanhas…
Diogo Veiga, antes e agora – ©Reprodução
DIOGO VEIGA, 29
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo? Comecei no primeiro semestre de 1998 e de vez em quando ainda pego uns trabalhos…
Como começou? Fui convidado para participar do Dakota Elite Model Look de 1997, em Santa Catarina. Ganhei e vim para São Paulo trabalhar na Elite.
Por que parou? Necessidade de mudança. Também não queria esperar a carreira acabar pra depois ter que correr atrás de outra coisa.
Melhor lembrança da época de modelo? São muitas! Fiz muitos amigos que tenho até hoje. Mas as oportunidades de morar na Europa e conhecer muitos lugares maravilhosos, adquirir culturas diferentes e aprender outras línguas, tudo isso é inesquecível.
E a pior lembrança? Não tenho.
O que faz hoje? Era gerente da Diesel, do Iguatemi, mas agora não estou trabalhando…
Família? Moro com minha mulher há um ano e não temos filhos. Ela trabalha com produção de moda na Mint e também como hostess no D-Edge.
Fabiano Faccini, antes e agora – ©Reprodução
FABIANO FACCINI, 33
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: Dez anos.
Como começou? Em 1997 eu tinha 19 anos, era treinador no Mc Donald’s no shopping Beira Mar, em Florianópolis, e estava no caixa quando atendi um grupo de cinco garotas que usavam uma blusa escrito “Projeto Modelo”, que era um projeto em Florianópolis de um rapaz chamado Elian Gallardo. Elas me perguntaram se eu já havia pensado em ser modelo. Eu falei que não, que nunca tinha pensado. Elas me deram o telefone do Elian pois achavam que eu levava jeito. Pouco tempo depois participei do concurso Dakota Elite Models Look e fui um dos três escolhidos para entrar na Elite. Passei por algumas agências até entrar na agência L’Equipe onde trabalhei por oito anos.
Por que parou? Parei de modelar porque já tinha 29 anos e o mercado da moda exige novos rostos e eu também buscava uma nova rotina com maior estabilidade. Vida de modelo nem sempre é fácil, né..? Então durante um showroom para a Calvin Klein Jeans surgiu a oportunidade de trabalhar em uma nova loja da Calvin como vendedor e topei. Para mim foi um desafio pois não tinha experiência no varejo.
Melhor lembrança da época de modelo? São várias, como as viagens para trabalhos no Brasil e no exterior e os grandes desfiles.
E a pior lembrança? O que não deixou muitas saudades eram alguns castings que demoravam uma eternidade. Já esperei nove horas para fazer um casting, realmente não é nada agradável…
O que faz hoje? Hoje sou Gerente da Calvin Klein Jeans do Morumbi Shopping.
Família: Tenho uma namorada há quatro anos, a Priscila, que é esta comigo nesta foto em Florença. E a outra foto é uma foto do meu book que eu gosto muito, feita por um grande amigo meu, Carlo Locatelli.
Fred Motta, antes e agora – ©Reprodução
FRED MOTTA, 31
Vive em: Piracicaba
Quanto tempo trabalhou como modelo: 13 anos e pretendo continuar!
Como começou? Saí de BH com 17 anos para jogar vôlei pelo Pinheiros. Um dia fui dar uma volta no shopping Iguatemi e uma pessoa me convidou para ser modelo, não levei muito a sério pois meu foco era ser jogador de vôlei. Só que comentei com meu pai, que achou legal, e me levou a uma agência de modelos. Ele acertou com um fotógrafo para fazer o meu book e foi embora para BH. Alguém da Ford viu essas fotos, entrou em contato comigo e acabei já assinando um contrato com eles. Estou lá até hoje!
Melhor lembrança da época de modelo? Tenho ótimas memórias, de muitas viagens e amizades que fiz ao longo desses anos. Tive várias fases, fases de morar com uma galera, bagunça e fase de curtir minha esposa, como nós fizemos em Nova York… Foi sensacional e sinto saudades!
O que faz hoje? Minha esposa e eu administramos um complexo automobilístico, o ECPA, em Piracicaba, além de trabalhar como modelo.
Família? Hoje sou casado com a Daniella e pai de dois filhos maravilhosos: a Vitória, de sete anos, e o Pedro, de sete meses.
Gabriel Martinez, em versão antiga e mais recente, na campanha da D&G – ©Reprodução
GABRIEL MARTINEZ, 32
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: Uns cinco anos.
Como começou? Comecei em 1999 e fui até 2003. Fiz muitos trabalhos bacanas, como Dolce & Gabbana, Thierry Mugler, Zoomp, Vila Romana, Aramis. Também desfilei na temporada de Paris para Dior e outras marcas e fiz ensaios para “Vogue”, “Elle”, “Nova”, “Marie Claire”, “GQ”, campanha da Galeries Lafayette, lançamento do Mercedes Classe A no Brasil…
Por que parou? Gostei muito de ter trabalhado como modelo e não trocaria por nada as experiências que tive, mas nunca me adequei a ideia de que, por mais que eu me esforçasse e me dedicasse à profissão, no fim das contas o que realmente é considerado é o gosto do cliente pela sua aparência física. O modelo é um objeto, um produto. Nada de errado com isso, mas me incomodava.
Melhor lembrança da época de modelo? Viajar e conhecer diversos lugares com certeza é uma das melhores coisas do mundo. Lembro que em 2001 eu não parava quieto e estava sempre em um lugar diferente, o tempo parece que rende mais. Cada semana pode render uma experiência nova. Hoje em dia, com o meu trabalho, a rotina não nos reserva grandes surpresas e os meses passam sem a mesma intensidade de quem viaja.
E a pior lembrança? Da insegurança de não saber se na semana seguinte eu teria um trabalho. De ir a castings e esperar para ser analisado se servia ou não para aquele trabalho.
O que faz hoje? Tenho uma produtora, a Lado B. Sempre gostei de vídeo. Desde pequeno brincava de fazer filme com os amigos. Enquanto era modelo, já comprava revistas especializadas em vídeo. Ficava deslumbrado com essa área. Em 2004 comecei a trabalhar numa produtora de filmes comerciais e após dois anos de muito trabalho, decidi abrir a produtora com um amigo que conheci lá. Em 2006 inauguramos a Lado B. Como tenho que tomar conta de empresa, também tenho que absorver a função de financeiro (pagar contratados, pagar impostos, pagar contas…). Mas o meu maior prazer é trabalhar com animação. Dá uma olhada nos trabalho que ele já fez aqui…
Portfólio LADO B from LADO B on Vimeo.
Leo Calil em dois momentos: ontem e hoje – ©Reprodução
LEO CALIL, 30
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: Sete anos
Como começou? Depois de minha mãe insistir muito, entrei em uma agência no interior de São Paulo, depois fui convidado para uma agência de SP.
Por que parou? Porque essa profissão tem data de validade e já não estava me agregando mais nada… Resolvi seguir outro rumo.
Tem saudades dessa época de modelo? Qual sua melhor lembrança desse período? Olha, saudades não tenho. Mas tenho muitas boas lembranças. A melhor foi a primeira vez que cheguei em Paris a trabalho. Tudo novo e diferente.
E a pior lembrança? Foi quando cheguei em Milão. Me disseram que estava tudo certo sobre a agência adiantar meu apartamento e quando cheguei lá não foi bem assim. Tive que me virar para arrumar um canto pra mim. Se não fossem meus amigos… E algo que não tenho saudades nenhuma é do meio. Muito fútil, também pudera trabalhar com a imagem…
O que faz hoje? Consultor imobiliário.
Família? Namoro há quatro anos, não temos filhos. Minha namorada é estudante de RH.
Leo Capote em versão modelo (ontem) e designer (agora) – ©Reprodução
LEO CAPOTE, 29
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: 11 anos
Como começou? Fui acompanhar um amigo que já era modelo em um teste e fui chamado para trabalhar também.
Por que parou? Sempre tive outro ramo de atividade no qual sou formado, que é o design.
Melhor lembrança da época de modelo? São as viagens, os lugares que visitei, amigos que ganhei. Dá uma saudade…
E a pior lembrança? Momentos difíceis, como a falta de trabalho no exterior estando longe de tudo e de todos, e também pagar excesso de bagagem (rs).
O que faz hoje? Trabalho como designer e cuido da loja de ferramentas do meu avô, Casa das Três Meninas, em Santa Cecília. A loja tem 56 anos, foi onde cresci. Depois que meu avô faleceu, passei a cuidar diariamente dela.
Família? Sou casado há oito anos, tenho uma filha de três anos e um enteado de 11. Minha esposa trabalha na administração de um escritório de arquitetura.
Marcelo Stefanovivz antigo e mais recentemente, com a namorada Carina Duek – ©Reprodução
MARCELO STEFANOVICZ, 32
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: Três anos
Como começou? Por meio de um convite de uma scouter.
Por que parou? Tudo começou como uma brincadeira, mas nunca imaginei que isso perduraria mais que um ou dois anos. A brincadeira virou trabalho sério, porém não me satisfazia e profissionalmente eu tinha outros planos.
Melhor lembrança da época de modelo? São várias, todo o tempo que morei em Paris foi ótimo. Saudades principalmente de alguns amigos com os quais não mantive contato.
E a pior lembrança? A vontade de voltar para casa durante a primeira viagem a Milão.
O que faz hoje? Trabalho com arte, design, fotografia mais ou menos nessa ordem.
Família: “Casamento moderno” sem papelada e por enquanto sem filhos. Minha namorada é estilista (Marcelo namora Carina Duek).
Paulo Bega ontem (em foto de Henrique Gendre para a onSpeed de fevereiro de 2000) e hoje (no canto dir. da foto) com os integrantes do Stop Play Moon – ©Reprodução
PAULO BEGA, 32
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: De 1998 a 2004.
Como começou? O Alex, que era um superbooker da L´Equipe, me viu em um clube de São Paulo e fez o convite.
Por que parou? Comecei a fotografar e a trabalhar com música.
Melhor lembrança da época de modelo? Os países que conheci. Sinto muitas saudades de estar o tempo todo viajando e conhecendo novas pessoas.
E a pior lembrança? Não sinto a menor falta dos castings em Milão…
O que faz hoje? Sou fotógrafo e músico (Paulo integra a banda Stop Play Moon)
Família: Sou casado e pai de duas filhas gêmeas (Paulo é casado com a produtora e sócia do Pense Moda, Barbara Bicudo)
Sandro Mencarini ontem (na onSpeed, em foto de Cristiano Madureira) e hoje, com a namorada – ©Reprodução
SANDRO MENCARINI, 31
Vive em: São Paulo
Quanto tempo trabalhou como modelo: oito anos, de 1998 a 2006
Como começou? Conheci uma menina, com 18 anos, que me apresentou à profissão. Mas antes trabalhei por quatro anos como jardineiro, estoquista da marca Explosão e como militar. Depois fui procurar a L´Equipe e tudo começou a rolar.
Por que parou? Parei porque cheguei a um ponto em que não tinha mais cara de menino, mas também não tinha cara de homem. Deixei a profissão e fui trabalhar na Diesel, como vendedor.
Melhor lembrança da época de modelo? Todas as viagens que fiz e lugares que conheci, ainda mais sendo pago por isso! Viajei para muitos países e aprendi a falar italiano e inglês.
E a pior lembrança? Acho que é sempre quando você descobre que não é mais fashion para o mercado.
O que faz hoje? Depois da minha experiência na Diesel, estou prestes a começar minha própria marca, mas é algo que vai acontecer mais para o fim do ano
Família: Namoro há seis anos e minha namorada é gerente da Lacoste da Oscar Freire.