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    Jean Marc Gaucher, CEO da Repetto, explica os conceitos da marca
    Jean Marc Gaucher, CEO da Repetto, explica os conceitos da marca
    POR Camila Yahn

    Jean Marc Gaucher, CEO da Repetto, no lobby do hotel Fasano ©Portal FFW

    O dono e CEO da Repetto, Jean Marc Gaucher, está no Brasil para a inauguração da primeira loja da marca francesa na América Latina, no shopping Cidade Jardim, em São Paulo.

    A Repetto foi fundada em 1947 por Rose Repetto como uma loja especializada em produtos para dança, que logo tornou-se referência entre bailarinas e coreógrafos. Em 1999 a marca foi comprada por Gaucher, que percebeu uma oportunidade única de reconstruir sua história. “Quando adquiri a empresa, precisava entender o que era a marca. Comprar uma empresa que está em baixa tem duas vantagens: é mais barato e dá pensar em uma reconstrução. É uma chance única”, diz, em entrevista ao FFW em um hotel paulistano. + Saiba mais sobre a abertura da loja aqui

    Jean Marc é um senhor que tem uma visão de negócios espetacular e que reconstruiu a marca sem se desligar de sua história, de seus ícones e de sua ligação com a dança. Hoje, a Repetto tem diversas linhas de sapatos e bolsas e, recentemente, lançou uma de prêt-à-porter. As sapatilhas estão nos pés de estrelas da moda, da música e do cinema e um momento de sucesso seria o suficiente para uma curva errada, apostando no sucesso efêmero, esquecendo-se de sua história. No caso de marcas tradicionais, passado e futuro estão eternamente conectados.

    Uma das vitrines da Repetto com os tutus de bailarinas expostos ©Reprodução

    O empresário gosta de dar exemplos de outras grifes, como Hermès e Louis Vuitton, para ajudar na compreensão do que a Repetto está fazendo hoje. “A Vuitton usa a ideia da viagem para se comunicar, mas faz outros produtos. Se você vai à loja, vê aquelas malas enormes que devem vender uma por ano. Mas elas estão lá e representam o espírito da marca. É a mesma ideia na Repetto: não há produtos em nossas vitrines, mas um tutu de bailarina. Quem passa em frente da loja tem que ser impactado pela emoção e isso leva o cliente para dentro”, ensina. E uma vez lá dentro, é impossível não se render às diversas coleções e à infinidade de cores. Como Gaucher gosta de falar, “o universo do balé fala com qualquer mulher”.

    Outro exemplo compara as transformações da indústria de roupas esportivas, onde Jean Marc trabalhou antes de comprar a Repetto. “Há 40 anos havia uma série de produtos limitados para uso dentro dos estádios. Hoje, é totalmente diferente, há lojas de times espalhadas por todo lado e você não precisa ir a um jogo para usar uma peça. É exatamente o que estamos fazendo na Repetto”.

    Outra parte interessante da história da marca são as parcerias. A primeira delas, com o japonês Issey Miyake, aconteceu em 2000, antes da febre de parcerias que tomou o mundo da moda.  A ideia surgiu de um cartaz que ele viu no metrô em que a Sony e a Ericson anunciavam um telefone em parceria. “Foi de lá que tirei a ideia. Hoje todos fazem isso”.

    Recentemente a marca desenvolveu um sapato com a estilista Mary Katrantzou para a Colette e está aberta a parcerias com designers brasileiros. “Por que não? Mas estamos apenas chegando aqui por enquanto. Agora, uma coisa já te adianto: que nunca farei com H&M ou Zara. Eu ganharia muito dinheiro, mas não ligo”.

    Há dois anos, Jean Marc abriu uma escola em Paris para ensinar a manufatura das sapatilhas da marca. “Há muitas pessoas jovens sem trabalho na França”, diz. Todos os alunos são contratados pela marca posteriormente ou viram professores.

    Mas a partir de 2014, a escola Repetto dará lugar a uma grande escola liderada por algumas marcas de luxo, como a Hermès, que já está dentro do projeto. Técnicas artesanais serão passadas para frente, beneficiando as empresas que precisam desta sabedoria e criando um novo nicho de trabalhos para jovens franceses.

    Aqui no Brasil as sapatilhas serão vendidas por um valor não muito mais alto do que na França. Os preços começam em R$ 700 (contra 170 euros, em média, mais impostos, o que equivale a quase o mesmo valor). Para a linha de dança, uma sapatilha de ponta sai por cerca de R$ 300. A marca quer desmistificar a ideia de que chega por aqui com preços proibitivos por ser uma grife francesa em um shopping de luxo.

    E mais lojas devem vir. “O Brasil é um mercado importante para nós e tem uma cultura que se aproxima da europeia. Mas antes precisamos fazer dar certo nossa primeira experiência aqui”, finaliza Jean Marc, ele mesmo estiloso com um par do clássico sapato branco Zizi.

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