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    Lygia Clark
    Lygia Clark
    POR Augusto Mariotti

    Por Camila Novaes, em colaboração para o FFW

     Look do desfile da Uma, com réplica da série “Bichos” na cabeça da modelo ©Sergio Caddah/Ag. Fotosite

    Raquel Davidowicz levou, com sua coleção Verão 2013/14 para a UMA, a obra de Lygia Clark para as passarelas do SPFW. No cenário, parte da instalação “A casa é o corpo”, enquanto réplicas de esculturas da série “Bichos” adornavam as cabeças das modelos. Raquel contou ao FFW que sempre admirou muito o trabalho de Lygia e a estética neoconcretista, e que possui uma aproximação criativa com arte contemporânea. Ao visitar a retrospectiva sobre a obra da artista, (exposta no ano passado no Itaú Cultural) Raquel teve a ideia de fazer a coleção, entrou em contato com a Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark” (http://www.lygiaclark.org.br) e, depois de uma análise minuciosa, a parceria se deu por motivos de interesse mútuo.

    A ideia das réplicas é da própria Lygia Clark, que gostaria que as esculturas da série “Bichos” fossem reproduzidas e comercializadas a preço acessível. A Associação colocou o plano em prática e executou as peças para que todo o dinheiro arrecadado com a venda se destine a comunidades carentes do Rio de Janeiro. Raquel pensou o styling da coleção baseada no uso dos objetos na cabeça. O resultado, visto hoje no desfile, são 500 peças que estarão à venda nas lojas da UMA, dando continuidade à parceria que encantou Alessandra Clark, neta de Lygia.

    Alessandra veio como representante da Associação Cultural assistir ao desfile e, logo após a apresentação da coleção, o FFW conversou com ela sobre suas impressões, moda, arte e, claro, sua avó. Veja abaixo o que Alessandra, radiando alegria, contou:

    Alessandra Clark no camarim da Uma ©Camila Novaes

    O que você acha da Lygia ter virado inspiração para moda?

    Achei lindo, ela já foi inspiração na dança, no teatro, em estudos na psicanálise e agora chegar ao mundo fashion, que é um mundo tão próximo da arte, depois de tanto tempo, eu achei lindo, principalmente com o retorno que teve.

    O que você achou do desfile? Ficou satisfeita com o resultado da parceria?

    Eu fiquei encantada com o desfile, ainda estou na esfera do encanto e da veneração pelo o que eu vi, porque eles conseguiram traduzir a poética do neoconcreto da Lygia com primor. O tempo todo consegui identificar características da sua obra traduzidas nas roupas.

    Três exemplos da réplica da série “Bichos”, de Lygia Clark, na coleção da Uma ©Sergio Caddah/Ag. Fotosite

    Qual foi a relação da instalação usada no cenário com a proposta?

    Aquela peça é parte da instalação “A Casa é o Corpo”, que representa todo o processo de gestação do ser humano, desde a ovulação até o nascimento, e aquele é o útero. Achamos muito apropriado, por esse projeto ser uma coisa nova, que está nascendo, surgindo.

    Qual é a sua relação com a moda?

    Sou mega consumidora. É minha primeira vez em um desfile e também a primeira vez que a Associação fecha uma parceria com uma empresa desse setor. Minha avó também gostava muito de roupas, era muito vaidosa, ia todo dia ao salão, estava sempre com os cabelos montados, impecáveis.

    Em sua opinião, qual a característica da Lygia que faz falta hoje na arte brasileira?

    Acho que a arte é um processo evolutivo. Na minha opinião, parte da obra dela até hoje ainda não foi entendida. Quando ela morreu em 1988, uma parte foi reconhecida e hoje está sendo trabalhada por estudiosos, mas ainda tem um pedaço de sua obra que não foi reconhecida como arte. Por esse motivo, eu sinto que é como se ela não tivesse morrido e o mundo ainda estivesse correndo atrás para assimilar e absorver tudo o que ela fez.

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