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    Conheça as artistas (gringas e brasileiras) que usam a web para tratar do feminismo
    Conheça as artistas (gringas e brasileiras) que usam a web para tratar do feminismo
    POR Redação

    Não é apenas no Brasil que o feminismo virou assunto de debate acalorado — e hoje em dia nenhum debate pode ser considerado acalorado se não ocupar boa parte das timelines de diversas redes sociais. Muitas artistas engajadas no tema que trabalham com plataformas diferentes (do Twitter à videoarte) têm retratado os dilemas das mulheres na era da web 2.0. A revista “Dazed and Confused” publicou em seu site uma seleção de dez celebridades online ou agitadoras digitais que refletem sobre a questão em sua obra (confira a lista no fim desta matéria).

    A escritora Clara Averbuck elenca suas artistas feministas brasileiras preferidas ©Paula Ragucci/Divulgação

    Aqui no Brasil, a escritora Clara Averbuck, que tem uma obra marcada pelos dilemas femininos, tem se enveredado pelo tema com maior engajamento nos últimos anos. Ela mesma é um exemplo de artista que ganhou notoriedade pela internet, onde publicou seus primeiros textos. Suas obras inspiraram o filme “Nome Próprio” (2007), do diretor Murilo Salles, e protagonizado por Leandra Leal.

    Atualmente, a escritora trabalha com a quadrinista Sirlanney na obra “Forever and Never”, que ela classifica como prosas poéticas fragmentadas. “Me cansa bastante ver as pessoas criticando a produção de mulheres com temática romântica. Quando um homem produz algo com essa mesma temática, ninguém questiona a qualidade, ninguém diminui. Todos ficam maravilhados com a sensibilidade do artista. Quando é feito por uma mulher, é, bom, “coisa de mulherzinha”. Meio ridículo, não?”, escreveu Clara. Ela acredita que é possível transgredir mesmo dentro da temática do amor romântico, e é isso que ela pretende no trabalho que deve ser lançado no segundo semestre. Pois Clara conversou com o FFW e elencou suas artistas feministas conhecidas na web preferidas.

    Luiza Prado

    Obra “Gula”, de Luiza Prado, foi adquirida pelo Museu Contemporâneo de Bogotá ©Luiza Prado/Reprodução

    O trabalho da paulista Luiza Prado, de 24 anos, utiliza o corpo como base e instrumento. Ela começou a se dedicar às artes utilizando o seu próprio corpo como matéria de estudo da técnica de psicoterapia EMDR. Mais tarde partiu para a performance. Tem como ferramenta principal a fotografia e é adepta de utilização de novas mídias e tecnologias, videoarte e intervenção urbana. Em 2013, sua obra “Gula” foi adquirida pelo Museu Contemporâneo de Bogotá, na Colômbia, e a obra “Menina da Máscara de Gás” participou da feira de arte “Stroke Fair” na Alemanha. Clara considera os nus de Luiza “transgressores e lindos”.

    + Assista a uma das performances das artista:

    Performance Corpo Estranho by Luiza Prado from Luiza Prado on Vimeo.

    Sirlanney

    Trabalho publicado por Sirlanney em seu Tumblr ©Sirlanney/Reprodução

    A artista explica em seu Tumblr que faz quadrinhos para narrar a própria vida, seus sentimentos e para não enlouquecer. Gosta de desenhar mulher, flor e folha. Seu novo projeto, o fanzine “Um Quarto Só pra Si”, tem citações de escritoras como Virginia Woolf, além de textos da própria Sirlanney. Outro projeto é um livro em parceria com Clara, que deve ser publicado no segundo semestre. “A Si é uma dramática de alma vitoriana que está se empoderando através dos quadrinhos, e isso é maravilhoso”, diz Clara sobre a parceira de trabalho.

    + Confira a página de Sirlanney no Facebook.

    Lovelove6

    Trabalho da série “Garota Siririca”, em que Lovelove6 responde a perguntas sobre sexo ©Lovelove6/Reprodução

    “Ela é uma libertária maravilhosa feminista que fala de sexo como poucas conseguem, porque ainda somos desencorajadas a criar sobre isso”, disse Clara sobre Gabriela Masson, de Brasília, que publica seus trabalhos sob o pseudônimo de Lovelove6. A artista é autora da série Garota Siririca, publicada no blog da revista “Samba”. A feminista e estudante de Artes Plásticas produziu em 2013 o fanzine “Ética do Tesão na Pós-Modernidade” volume 1 e 2. Ela também organiza o zine “Artemis”, na segunda edição, e integra o projeto de webcomics “Batata Frita Murcha”.

    + Confira a página de Lovelove6 no Facebook.

    Veja o trabalho de artistas estrangeiras selecionadas pela Dazed:

    Emilie Gervais

    Milky Words – ButterClock from Emilie Gervais on Vimeo.

    Nascida em Montreal, no Canadá, a artista procura confrontar de forma divertida as representações de gênero e as relações de poder.

    Jesse Darling

    Lil Icarus (single-channel video, 2013) [no subtitles version] from JD on Vimeo.

    O ensaio “The Work of Art in the Age of Post-Fordist Network Production” (algo como “A Obra de Arte na Era da Linha de Produção Pós-Ford”) foi todo feito com polêmicas de 140 caracteres. Ficou conhecida por sua performance no Twitter.

    Jennifer Chan

    P.A.U.L. from Jennifer Chan on Vimeo.

    Seu trabalho é marcado pela preocupação com as representações de masculinidade e feminilidade na internet, sempre pelo ponto de vista gay.

    Darja Bajagic

    Nascida em Montenegro, mas criada em Chicago, a artista coleta representações eróticas da mulher em diferentes culturas, especialmente no Leste Europeu.

    Petra Cortright

    Video 9.wm”MMOOMMMMMMMM”v from petra on Vimeo.

    Ela não é exatamente subversiva. Seu grande mérito é fazer com que o seu trabalho e de outras artistas seja conhecido do grande público. Ela não rompe com estruturas, mas trabalha com os estereótipos do comportamento feminino online.

    Hannah Black

    Intensive Care/Hot New Track from Hannah Black on Vimeo.

    Artista e escritora, ela explora formas contemporâneas de representação e produção recombinando imagens populares de violência e de guerra.

    Ann Hirsch

    I, Decay Part I: I C U from ann h on Vimeo.

    Engajada no poder da “selfie”, a artista performática e “cientista social amadora” faz vídeos com paródias e ridicularizações da cultura da autoimagem.

    Amalia Ulman

    Essa artista representa o crescimento da arte da poesia. O trabalho foi ativado por meio de redes sociais e explora a pobreza, a divisão de classes e a hierarquia.

    Leslie Kulesh

    ‘As Long As You Love Me: A love letter from Dakota to Donna’ Leslie Kulesh 2012 from leslie kulesh on Vimeo.

    Escultora e criadora de performances e instalações, ela olha para questões de autenticidade e para as possibilidades de autorrealização pela representação do indivíduo no mundo online.

    Holly White

    Suas aparições estão espalhadas por Vlogs, Tumblr e Twitter em um esforço para transmitir suas experiências e suas performances para o público. O mais interessante no trabalho dessa jovem artista é que não existe divisão entre o que performance e o que não é.

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