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    “FFWMAG” 39 entrevista Lovefoxxx, pintora e frontwoman do CSS
    “FFWMAG” 39 entrevista Lovefoxxx, pintora e frontwoman do CSS
    POR Augusto Mariotti
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    Luísa Matsushita, também conhecida por Lovefoxxx ©Reprodução “FFWMAG”

    Por Katia Lessa

    Depois de rodar o mundo por 12 anos à frente da banda CSS, Luísa Matsushita, mais conhecida como Lovefoxxx, resolveu retomar uma paixão antiga: a pintura. A banda não acabou, mas, no momento, como define no Instagram, Luísa está “pensando sobre pintura”.

    A Luísa do palco, sempre camaleônica, aparece agora em sua forma mais crua e talvez mais genuína. A relação com as tintas vem desde a infância: “É meu elemento mais natural. Desde que consigo lembrar de mim mesma, desenhar e pintar fizeram parte da minha vida. Quando criança, eu gostava de ficar sozinha no meu quarto desenhando (o que era difícil de conseguir tendo um irmão libriano que adora socializar). Apesar do mundo me atrelar à música, eu sempre me considerei uma artista visual antes de qualquer coisa”, diz.

    Enquanto não tem planos concretos de gravar um novo disco, a “frontwoman”, que já foi capa de revistas como “Dazed & Confused” e terceiro lugar na lista de pessoas mais “cool” do planeta da revista “NME”, está em uma fase tranquila. Atualmente, vive em Hudson, Nova York, e pinta em casa, no quarto que agora divide com alguém mais tranquilo, o namorado e também artista Brian Degraw. Quando está no Brasil, trabalha do terraço da casa dos pais, um espaço amplo e aberto com vista para o pôr do sol em Campinas.

    + “A arte estava gritando na minha cara”, diz Lovefoxxx ao FFW

    As telas abstratas de Luísa ainda não fazem parte do portfólio de nenhuma galeria. A artista acha que ainda está muito cedo para definir alguém que a represente, mas, no ano passado, chegou a apresentar uma exposição solo na galeria Percy on Broadway, na Califórnia. Os trabalhos comissionados apresentavam uma série de desenhos de onças-pintadas. Quem negocia o rumo das obras é a melhor amiga e marchand Duda Porto de Souza, que acompanha cada passo de Luísa e insere as obras em coleções bacanas nacionais e internacionais.

    O processo artístico ela não sabe bem como explicar, já que os trabalhos não são figurativos. “É o aspecto mais íntimo que existe na minha vida. Não consigo saber exatamente a origem de cada imagem, mas muitas vezes quando estou quase acordando ou quase dormindo, vejo composições prontas, então me levanto da cama para anotar o que foi visto. Outras vezes, eu só começo a pintar e tudo vem à tona. A minha única ‘regra’ é olhar para a tela e me sentir bem. Se o sentimento é leve, de que a composição faz sentido, a pintura está pronta”, explica.

    Pincéis e marretas

    Desde que parou, mesmo que temporariamente, de morar em quartos de hotéis e pode tomar banho sem chinelos ou enxugar os frascos de xampu e do condicionador para guardá-los novamente no nécessaire, Luísa tem pensado bastante sobre moradia. “Depois de passar cada dia em uma cidade, sinto uma felicidade muito grande em ter um lar, em poder fazer infusão com chá solto, porque eu tenho um bule e uma caneca que estão lá todos os dias. É uma gratidão que nunca seria capaz de entender se não tivesse passado pelos anos de turnê”, diz.

    O assunto ganhou peso maior quando ela notou que muitas coisas se tornaram mais eficazes em nossa sociedade, porém a performance do design não evoluiu. “As casas e suas estruturas são pensadas do mesmo jeito: é uma caixa com quartos x números de andares e um teto.”

    Inconformada, ela foi até Taos, no Novo México, para aprender a construir uma earthship. A casa de nome estranho é um espaço completamente independente de fonte elétrica e esgoto construído em parte por materiais recicláveis como pneus, latas, garrafas de vidro e de plástico.

    Na earthship, a energia é solar (às vezes, eólica) e a própria casa coleta água da chuva, que é reutilizada quatro vezes. Plantas comestíveis dentro da casa filtram a água, que é usada para dar descarga. Essa água e a da pia da cozinha vão direto para fora da casa, onde é tratada por plantas exteriores e caixa séptica. Além disso, a earthship é posicionada com as janelas para a face norte (no Hemisfério Sul). Como o sol do verão e do inverno é diferente, ela mantém uma temperatura constante de 21°C a 25°C, mesmo no Hemisfério Norte, quando as temperaturas exteriores chegam a -10°C. “Aprendi a construir tudo, com minhas próprias mãos. E as earthships são lindas!”, diz Luísa, que ainda mora em uma casa tradicional, mas já sonha com uma earthship na Bahia ou em Boiçucanga para pendurar suas telas.

    Se é de lá que ela vai sair para apresentar exposições ou shows em festivais, Luísa não sabe. “Acredito na harmonia do universo, e sempre tive uma comunicação direta com ele. Quero viver na verdade e na espontaneidade, e tudo se alinha. A música, a pintura e as casas são isso, eu faço minha parte, que é honrar o que eu amo, desenvolver meu trabalho todos os dias, e vai acontecer o que tiver que acontecer.”

    Entrevista concedida originalmente para a “FFWMAG” 39, disponível em bancas e livrarias e também através dos sites FFWSHOP e Livraria Cultura.

    + Mais infos sobre a “FFWMAG” 39

     

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