“Eu não estou aqui hoje só porque me convidaram, mas porque eu amo moda.” Com toda essa animação, a cantora Alice Caymmi bateu um papo com o FFW no backstage do desfile da Llas, no qual fez uma apresentação ao vivo, neste último dia de SPFW Inverno 2015.
Neta de Dorival Caymmi, a cantora de 24 anos chama atenção por onde passa não apenas pelo sobrenome famoso ou pela voz encantadora, mas também pelo jeito extrovertido de conversar e se vestir. E, se o assunto for moda, ela mostra ainda que é antenada e tem muita personalidade. Confira a seguir!
Como você escolheu as músicas para hoje?
Eu preparei duas músicas que eu acho que têm a ver com moda, atitude, posicionamento, com a nossa roupagem: “Homem”, do Caetano Veloso, e “I Feel Love”, da Donna Summer. São canções que eu gostaria de ouvir quando estivesse andando com uma roupa linda.
Como você vê a relação entre moda e música?
Para mim, moda é uma maneira de você se posicionar no mundo, de se colocar. É como você se vê e como você se apresenta. E eu acho isso muito importante, principalmente para um artista. Uma das mais importantes, inclusive. A gente não pode descuidar desse tipo de expressão, porque ela complementa tudo.
E a sua relação com a moda? Como você define?
Eu amo moda, sou encantada por roupa, pela criatividade dos estilistas. Gosto de ver uma marca nova, como a Llas, se destacando. Eu me identifico um pouco com a história, já que também sou uma artista que está começando a aparecer agora.
Aí, para mim, estar aqui é o maior barato. Sempre acompanhei moda, desde pequenininha, e gosto de usar umas coisas meio loucas, de fazer maquiagens mais conceituais. Eu acredito nessa forma livre de expressão, acho que a moda é justamente não se preocupar com regrinhas, tem a ver com liberdade.
De quais marcas que você mais gosta?
As marcas de que eu mais gosto, mas não tenho dinheiro para usar, são Dolce & Gabbana e Versace. Mas o meu ídolo maior de todos os tempos, que me inspirou inclusive como artista, é o Alexander McQueen. Ele foi uma grande referência quando eu cursei teatro com a sua atitude mais dark, mais triste, de se assumir muito soturno nesse ambiente em que a vibração é outra. Também tem o [John] Galliano, que eu amo.
Eu acompanho ainda moda de rua, vejo muito o blog The Sartorialist. Enlouqueço com os looks das japonesas malucas. Para mim, o maior tubo de ensaio da moda é o Japão. Até as gueixas, para a época que aquilo aconteceu, eram de vanguarda total, supermoderno.
Já que você é ligada na moda de rua, como você vê hoje a relação entre a passarela e o street style?
Justamente com o advento dos blogs, das it girls e dos cool hunters, a passarela passou a ter que dialogar mais, não impor. Não que ela impusesse antes, mas não é mais a única via. Na verdade, eu acho que tudo ficou mais rico, porque abre espaço para o diálogo.
Quem são seus ícones de estilo?
A minha musa maior dentro da música, e que tem uma relação com a moda também, é a Björk. Ela já foi vestida pelo McQueen e tem nas roupas uma forma de expressão. Além dela, gosto muito da Iris Apfel, por ser supercolorida, da Vivienne Westwood e da Nina Hagen. Afinal, por viver no palco, a minha ideia de estilo é mais teatral, é o que funciona cenicamente.