Estamos quase no meio do ano, mas o filme “Ex Machina” deve se manter como uma das sensações de 2015. Ele estreou no festival South x Southwest em março e deve chegar em breve ao Brasil.
O longa de ficção científica foi escrito e dirigido pelo escritor britânico Alex Garland, que ficou famoso com o livro “A Praia”, que depois virou filme com Leonardo DiCaprio, dirigido por Danny Boyle.
“Ex Machina” conta a história de Caleb, um programador que trabalha para a Bluebook, uma espécie de Google. Ele ganha uma competição para passar uma semana na casa de campo do CEO da empresa, Nathan, onde também funciona um centro de pesquisa de inteligência artificial.
Lá, Caleb descobre que terá que passar uma semana com um robô humanoide para avaliar suas qualidades humanas e julgar se é possível que as máquinas tenham um comportamento igual ao de um humano. Este robô é Ava, a mais linda A.I., com capacidades emocionais muito mais sofisticadas do que eles imaginam.
O filme ainda mostra as práticas ilegais que Nathan faz no processo de construção de Ava, como hackear bilhões de celulares para pegar gravações de expressões e linguagem corporal para que ela fosse o mais real possível. O que vemos é o desenrolar da história entre esses três personagens, cada um com um interesse.
Se em “Her” a relação entre humanos e inteligência artificial tem um viés romântico, em “Ex Machina” a situação é mais tensa, mas ainda assim trata de algo que no futuro todos enfrentarão de alguma maneira: nossa relação com as máquinas e como elas estão cada vez mais sofisticadas. Será possível mesmo se apaixonar por um robô? São eles que irão suprir nossa solidão no futuro? Até onde o homem deve ir nesse tipo de experimentação? O filme trabalha essas questões e a frase que abre o trailer dá assunto para pensar: “Apagar a linha entre o homem e a máquina é obscurecer a linha entre o homem e os deuses”.
A trilha, a direção de arte e o figurino ajudam a compor essa teia entre presente-futuro e a manter um clima misterioso no ar. Vale destacar a atriz sueca Alicia Vikander (Ava) e o processo feito para dar vida a ela: uma robô com aparência humana, mas com partes transparentes em que vemos que é, na verdade, um androide. O diretor Alex Garland tinha desde o início uma ideia de como Ava deveria ser: uma mulher magra, porém curvilínea, um mix de carne, ossos, aço e circuitos. “Ele queria algo que parecesse com o que o androide tem por debaixo da ‘pele’”, conta a figurinista Sammy Sheldon, que teve 10 semanas para desenvolver a “roupa” de Ava. Para isso, ficou o processo todo em contato com o departamento de efeitos visuais.
Muita tecnologia digital foi usada, além de manipulação de engenharia de tecido. A criação deste figurino começou a partir de uma ideia de algo bem justo, uma segunda pele que revela os contornos do corpo. A roupa que ela usa nas filmagens é um modelo cinza de mergulho. O resultado é impactante, assim como o visual do filme em geral, que conta com ótimas apresentações de Alicia e Oscar Isaac (do ótimo “Inside Llewyn Davis”).
Veja os trailers abaixo: