FFW
newsletter
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade
    Artistas Ai Wei Wei e Anish Kapoor unem forças para apoiar refugiados
    Artistas Ai Wei Wei e Anish Kapoor unem forças para apoiar refugiados
    POR Camila Yahn

    Dois grandes artistas se juntam para apoiar a causa dos refugiados, que tem tomado as páginas dos jornais, os noticiários da TV e diversas plataformas e aplicativos. O chinês Ai Weiwei e o indiano-britânico Anish Kapoor postaram uma foto segunda à noite, os dois juntos, com o dedo do meio para cima. “Two artists, three fingers”, diz parte da legenda.

    Ai e Kapoor vão fazer uma caminhada de Londres a Straford, levando apenas um cobertor como peça símbolo dos 60 milhões de refugiados que existem no mundo hoje. O público está convidado a seguir junto, também levando um cobertor. A ação acontece 10h, nesta quinta (17.09), com ponto de encontro na frente da Royal Academy of Arts, que exibe uma retrospectiva sobre Ai Weiwei.

    Nos próximos meses eles irão repetir a ação em diversas cidades pelo mundo. Os dois artistas se admiram há muitos anos, mas só agora conseguiram se encontrar. Dois provocadores e críticos de regras e sistemas, ambos têm obras polêmicas e um discurso político forte.

    Um dos principais artistas do mundo hoje, Ai passou os últimos anos em uma situação que não era nem preso, mas tampouco livre. Ele foi preso em 2011, supostamente por evasão de impostos, mas a verdade é que ele sempre foi um grande crítico da política de seu país. Após 80 dias encarcerado, ele foi liberado, mas não podia sair de casa. E assim ele passou os anos, sem saber por quanto tempo essa condição duraria. Aos poucos ganhando mobilidade, primeiro pôde sair de casa, depois ir para outras cidades na China, e só em julho deste ano, teve autoirzação para tirar seu passaporte.

    Já Kapoor teve sua estátua “Dirty Corner”, no Palácio de Versailles, vandalisada por três vezes com slogans racistas e anti-semitas. Na terceira vez, ele decidiu manter as pichações. “A escultura vai, agora, carregar as cicatrizes desse ataque. Não vou permitir que esse ato de violência seja apagado. ‘Dirty Corner’ será para sempre marcada por ódio e eu irei preservar isso como uma memória dessa história dolorida. Estou confiante de que a Arte triumfará”, escreveu em seu perfil no Instagram, que agora chama-se @dirty_corner.

    Em 2012 ele lançou o “Gangnan for Freedom”, um video que brinca com a música “Gangnam Style”, criado para falar sobre liberdade de expressão e também para apoiar Weiwei, cuja paródia do clipe foi bloqueada da internet na China minutos após ir ao ar. O vídeo tem participação de diversas pessoas ligadas a museus contemporâneos e ativistas de direitos humanos. Se não viu, vale ver:

    https://youtu.be/tcjFzmWLEdQ

    Ambos sabem bem como usar a internet a seu favor e potencializar suas mensagens. O Instagram é uma ferramenta poderosa como protesto na mão dos artistas. Tanto Anish quanto Weiwei são hiper ativos na rede, natural que eles tenham escolhido a rede como local de divulgação de seu projeto juntos em vez de ir atrás de um grande jornal. Em seus perfis, eles expõem cicatrizes, raivas, questionamentos e mostram solidariedade, como no caso dos refugiados. Certamente essa caminhada será compartilhada por milhares de pessoas ao redor do mundo através das telas do celular.

    Veja abaixo o chamado de Anish Kapoor escreveu em seu perfil no Instagram:

    Two artists.

    Three fingers.

    Weiwei and I join hands to walk.

    We will walk out of London.

    We will each carry a single blanket.

    A symbol of the need that faces 60 million refugees in our world today.

    We welcome those who wish to walk with us.

    Bring your blanket.

    We will repeat this action in cities worldwide over the coming months.

    At 10 am on 17th September we will walk from the Royal Academy of Arts. We will walk east out of London

    Não deixe de ver
    Moda e comida estão cada vez mais juntas
    Está todo mundo correndo? Como a corrida se tornou o esporte que mais atrai praticantes
    Beyoncé abre inscrições de bolsas de R$25 mil para empreendedores negros e indígenas do Brasil
    O livro é o mais novo acessório da moda. E também o mais cool
    Fresh Prince da Bahia e a revolução cultural da Batekoo
    Maturidade x Plasticidade: Supermodelos, retoques e a ilusão da juventude na moda
    Por que estamos nostálgicos do que vivemos há tão pouco tempo?
    Quiet Luxury: Por que todos querem se vestir como os bilionários?
    Stylists e influencers: até que ponto vai a personalidade quando se terceiriza um estilo pessoal?
    FFW