Nada irrita mais as editoras de moda durante as temporadas de desfiles do que quando nos perguntam quais são as tendências para a estação. Principalmente quando a pergunta vem tipo no primeiro ou segundo desfile DO PRIMEIRO DIA!!!
É sério. Acontece. Brincadeiras à parte, essa coisa de tendência pode ser tricky.
Hoje em dia a maior parte das marcas tem acesso a birôs de tendência que, bem usados, podem inspirar. Levados ao pé da letra, podem transformar a temporada num tédio _como num verão que todo mundo fez coleção fundo do mar, lembram?
O outro lado disso é que a tendência do mundo das tendências são as macrotendências, ondas maiores do que marolas que chegam à arrebentação de seis em seis meses. Tsunamis. Pororocas. As macrotendências muitas vezes podem ser abstratas, dificultando a vida dos estilistas que não sabem o que fazer e precisam de fórmulas.
O bom desfile é o que não precisa de release: a roupa é boa ou não. Aprendi isso nas temporadas internacionais, onde nem sempre há informações sobre a coleção em papéis sobre as cadeiras. Quando tem, nos agarramos a eles tentando extrair qualquer dado a mais que nos permita interpretar a coleção e o momento.
Tem estilista que fala: eu não sigo as tendências. OK. Mas não custa fazer uma proporçãozinha coerente com as vontades da grande nuvem da moda. Afinal, quem vai querer sair com uma saia de comprimento evangélico quando as pessoas mais legais do mundo estão usando tudo pelo meio da perna? Tem quem queira. Claro.
No Brasil acontece um fenômeno ainda mais louco. Supostamente “abrimos” globalmente estação. Só que daí o povo aqui não sabe se olha pro inverno internacional anterior, pro verão internacional anterior ou pro cruise. Cruzes. Como diria a aniversariante da semana, Regina Guerreiro.
Pessoalmente, acho esse liquidificadoido a cara do Brasil, próxima potência deste mundo em que verão e inverno se confundem e se batem como num casamento em surto.
Tendências de que gosto: natureza, simplicidade, artesanal, o olhar histórico, uniformes, esporte (olha a Copa e as Olimpíadas aí), branco, conforto, hippismo, étnicos inesperados…
E claro que não vão faltar anos 50, 60 e muito, muito 70. E estampas. E flores. E cores.
A contagem regressiva para a temporada continua!!!
beijos fashionísticos
Palô
PS: Se der pra não me perguntar o que não pode faltar no meu guarda-roupa eu também agradeço muito ;-)