Os geeks do mundo estão em prontidão nesta quarta-feira (27/01) dando F5 nos principais endereços que cobrem tecnologia online. O motivo é o provável anúncio do mais novo produto da Apple: um computador tablet. Alguns até dizem que o nome vai ser iTablet, mas nem Steve Jobs nem seus executivos falam sobre o assunto. A estratégia de comunicação e confidencialidade da Apple costuma ser comparada ao esquema em que operam as células terroristas: muitas vezes, nem mesmo um departamento da empresa sabe o que o outro está fazendo.
Para contextualizar: um tablet é um computador portátil que funciona através do uso de um stylus (uma caneta especial) ou mesmo do toque dos dedos. Em termos de funcionalidade, eles apresentam vantagens e desvantagens em relação aos notebooks. Por exemplo, um tablet é mais versátil porque pode ser usado em qualquer situação (deitado na cama, jogado no sofá, sentado no vaso sanitário, em pé no busão, enquanto anda na rua), mas exatamente por isso é menos ergonômico. O acesso aos recursos e softwares também é mais rápido e intuitivo, pois envolve o tato, um dos sentidos mais instintivos que possuímos. Mas esse diferencial também torna a digitação de textos lenta e aumenta o risco de danos ao aparelho. Ao longo das últimas duas décadas, praticamente todas as empresas de hardware se aventuraram nesta seara, mas nenhuma obteve sucesso.
Agora a Apple quer virar a mesa, sacando mão do seu ambiente über user-friendly e do know-how que possui quando o assunto é a tela sensível ao toque – o iTouch e o iPhone foram as duas grandes inovações da indústria na última década. Se tudo sair como planejado, ou melhor, como planejam os geeks, o iTablet deve se parecer com isso:
O conceito do iTablet criado pelo Gizmodo, um dos maiores portais de tecnologia do mundo © Reprodução
Vale lembrar que a Apple tentou, no início da década de 90, revolucionar o mercado com um dos primeiros tablets da história, o Apple Newton. De genial, o gadget só tinha o nome inspirado no cientista que criou a Lei da Gravitação Universal depois que uma maçã caiu na sua cabeça. Na prática, o Newton flopou porque estava muito a frente do seu tempo: queria ser um tablet PC, mas acabou sendo, com vinte anos de antecedência, o precursor do iPhone.
O Apple Newton, um dos primeiros tablets lançados na história: fracasso para a época, ele se tornou uma das matrizes para o desenvolvimento do iPhone © Reprodução
Levando em conta que desta vez a Apple vai acertar no timing, o iTablet tem grande potencial de se tornar um divisor de águas. Imaginem como fica a velocidade de atualização dos conteúdos online com um aparelho que cabe na mão e oferece todos os recursos de um notebook convencional, mas com uma interface dedicada. Ao que tudo indica, a Apple quer terminar o que começou.
O anúncio do tablet da Apple está agendado para ser feito hoje, dia 27/01, em São Francisco.