Via @cotelgramps
Cabides, muitas roupas e modelos para todos os lados. No corre-corre de véspera dos desfiles do MMI, o Shopping Iguatemi ganha uma nova ambientação: agitado entre castings e provas de roupas, moçoilas e rapazotes selecionados para participar da semana de moda soteropolitana transitam por ali deixando tudo mais parnasiano.
Aproveitamos o ensejo e, nos intervalos _ da loucura _ do trabalho, batemos um papo com Luíz Costa, Renata Jay e Ruy Furtado, alguns dos nomes-chave na produção de todo o evento em Salvador. A pauta da vez foi: casting, agências de modelo, beleza baiana e apostas.
Luiz Costa, produtor de moda responsável pelos acessos do SPFW e Rio Fashion, junto a Paulo Borges _ que dispensa apresentações _, fizeram o casting geral pro MMI. “Chamamos as agências de modelos locais e fizemos um filtrão para que as grifes pudessem fazer seu casting particular dentro dessa seleção prévia”, comenta o produtor. Selecionadas as modelos com perfil de passarela, atendendo à uma mínima padronização de altura e proporções, Luíz complementa: “Gosto muito das modelos negras daqui, elas tem um movimento diferente”.
Produtora executiva da Luminosidade, na execução da revista MAG! e coordenadora de backstage das maiores semanas de moda nacionais, Renata Jay afirma que com o passar dos anos, as agências soteropolitanas ficaram mais profissionais, conseguindo selecionar as suas modelos com maior precisão: “Antes, nas edições mais antigas, a gente percebia um certo amadorismo, apostava-se em algumas modelos atentando pouco à demanda do mercado”, ressalta Jay. “Hoje, a cena é outra”, afirma.
Ruy Furtado ressalta a importância de que, numa semana de moda, se misture castings locais e castings de São Paulo. “O brasileiro, em geral, tem uma forma de pensar muito colonizada; pensamos que só o que vem de fora é bom”, afirma o diretor de desfiles de moda que, no MMI, assina para a Triton. Contrário a idéia de que exista uma beleza brasileira, salienta que num país de tantas misturas _ alemães, portugueses, espanhóis, dentre vários outros _, esta identidade estética não conseguiria, nem se quisesse, ser tão delimitada. O código, para ele, é uma baliza entre o regional e o global. “Não podemos ser bobos buscando uma estética enlatada, mas, também, a procura acirrada do nosso diferencial pode ser um obstáculo numa esfera mais global”, pontua Ruy.
Uníssonos, Luíz, Jay e Ruy, quando perguntados sobre suas apostas de modelos soteropolitanas, listam Fernanda Martinez, Indira Carvalho, Larissa Ylla e Cláudia Olívia.
A Bahia “deu régua e compasso”, agora é ver como acontece.