Os desfiles de altacosutra começam hoje, e enquanto as fotos não chegam, vamos falar um pouco desse setor de alto-luxo. Segundo relatório emitido recentemente por algumas das mais tradicionais maisons parisienses, as coleções de altacostura tiveram um considerável crescimento tanto no número de vendas, quanto nos pedidos e encomendas.
De acordo com o CEO de Dior, Sidney Toledano, a marca recebeu tantos pedidos na última coleção que ficou praticamente inviável atender a todos. Para Chanel, o cenário não é diferente. Segundo o presidente da divisão de moda da grife francesa, Bruno Pavlovsky, a marca teve um crescimento entre 20 e 30% só no último ano.
Look da altacostura inverno 2010 da Dior © firstVIEW
Nos anos 60, quando o prêt-à-porter se tornou a revolução industrial da moda, a altacostura teve sua morte anunciada. Importantes nomes do meio afirmavam que o segmento que primava pela excelência técnica, pelo acabamento manual, pela riqueza de detalhes e pela perfeição no caimento das peças feitas sob medida, tinha seus dias contados.
Diversas maisons, então, encerraram suas atividades no ramo. Os altos valores de confecção já não se justificavam mais quando comparados a a alta-lucratividade e baixo custo da produção em massa.
Nos anos 80, contudo, a escassez do trabalho manual em face da mecanização industrial fez com que o artesanal, voltasse a ser valorizado. E na moda não foi diferente.
O haute-couture perdeu sua influência e importância como lançamento de moda (tendências), mas ganhou imensa autonomia no quesito imagem. Livre da obrigação de agradar essencialmente o mercado, a altacostura estava livre para criar.
Num terreno onde influências externas (marketing, interesses financeiros e mercado) são reduzidos, o foco voltou-se para roupa em si, para construção impecável, para técnica apurada e para acabamentos e detalhes embalados pelo precioso trabalho manual de costureiras, bordadeiras e ateliês cujos legados remontam ao tempo do Charles Worth, o primeiro couturier de todos os tempos.