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    Moda italiana… o que pensar dela?
    Moda italiana… o que pensar dela?
    POR Redação

    Backstage do desfile da Emporio Armani, segunda marca do estilista mais conhecido da Itália ©Imaxtree

    Existe, há algum tempo, um certo incômodo de apaixonados seguidores de moda que se perguntam: mas… e as novidades na moda italiana? Não tenho aqui números estatísticos. É uma experiência de ouvir os comentários “all around”. Não apenas eu escuto, mas outros jornalistas escutam, de amigos da profissão. Numa época em que ficou tão acessível ver roupa, ver estilo e acompanhar notícias, parece que a oferta de novidade é menor que a procura. Estamos errados? Tomara. De qualquer modo, a vontade de ver novos nomes existe, mas a Itália parece ter uma certa “culpa” ou uma “obrigação” a mais. Pelo menos em seu calendário. Porque a Itália passa um ar de que é velha.

    Primeiro de tudo, vamos pensar no que é moda italiana. Difícil delimitar. Os calendários estão todos mais globais. Tem marca italiana desfilando fora da Itália e marcas de fora desfilando na Itália. Moda italiana é produzida na Itália ou fundada na Itália? Como definir? Cada um vai puxar o peixe pro seu lado, mas não podemos esquecer que a matéria prima italiana de moda é uma das mais importantes do mundo. Os tecidos, os couros, os materiais para bolsas e sapatos. Vide as feiras Lineapelle e Piti Filati, que atraem compradores de todo o mundo, que adquirem a matéria prima italiana para ter um produto final de melhor qualidade. Os italianos são “chatos” para produzir, no bom sentido. Os compradores, chatos pra escolher. Qualquer tiozinho que você cruza num café sabe reconhecer entre uma camisa de bom algodão e uma de poliéster, que vai fazer ele suar e ficar reclamando (reclamar, como buzinar, também é made in Italy).

    Melhor pensar no calendário italiano, então. Por que tem sempre alguma coisa que encrenca? É gente que vai embora antes, pulando inclusive o desfile de Giorgio Armani. É marca que se estressa com a Camara de Moda Italiana e fica num sai-e-entra no calendário (Dolce & Gabbana e outras). A questão da semana italiana “grudar” na de Paris é um problema, porque Paris dá o grito final, como se anunciasse: “E a estação então foi assim e ponto”. Não aconteceu uma, mas várias vezes, de perguntarmos alguma coisa para editoras como Suzy Menkes e Carine Roitfeld e ouvirmos um sonoro “vamos esperar Paris”. Ok.

    Mas o que tem Paris? Paris tem um calendário denso! Muitas marcas importantes do começo ao fim do dia e são mais dias no total do que a semana de moda italiana. Os grandes nomes se misturam a novos borbulhantes e sempre tem alguma notícia que esquenta a temporada. Numa matéria para o BOF, Didier Grumbach, presidente da Chamber Syndicale (a câmara de moda de Paris), explica por que Paris tem um peso maior: “Nós temos 23 diferentes nacionalidades desfilando na semana de moda feminina. Os italianos acabaram ficando mais italianos. Em Paris, nós acreditamos que a moda não tem nacionalidade.” Pá! Então será que é isso? O bairrismo italiano é forte. Tão forte que não é apenas racismo com estrangeiros (acontece isso com franceses também). Por exemplo, a culinária de uma cidade pode ser muito diferente de outra cidade a menos de 100 km de distância e os respectivos moradores vão falar mal da comida e do vinho do outro.

    E a situação atual do calendário italiano? Parece brincadeira, mas a pessoa que está ajudando a “abrir as portas” do calendário é o senhor Giorgio Armani, que está entre os mais antigos estilistas vivos na Itália. Conectado com os concursos Who’s On the Next, da “Vogue”, ele tem emprestado seu maravilhoso teatro Armani para novos estilistas desfilarem, como Andrea Pompilio e Stella Jean, a boa novidade da estação. +Leia entrevista que fizemos com Pompilio

    Em conversa com o FFW antes do desfile da Gucci, o jornalista Tim Blanks, do Style.com, vai direto ao ponto: “Paris é vibrante, Milão é importante, mas é em Londres que as novidades acontecem. Londres é a líder”, afirma. E qual o problema de Milão? “Milão é uma cidade boa para estar, mas se vê menos novidade.”

    Encontramos as italianíssimas Giovanna Battaglia e Anna dello Russo e perguntamos quais as diferenças que elas percebem entre a semana de moda milanesa e a parisiense. “Diferença entre as semanas de moda? Numa chove, na outra neva”, respondeu Giovanna, sarcástica e mal humorada com a chuva em Milão. Insistimos na pergunta. “Ah, o calendário de Milão pode ter menos desfiles, mas tem muitas apresentações importantes. Você foi na da minha irmã?”, perguntou, referindo-se a Sara Battaglia, que apresentou sua coleção de bolsas num showroom de Milão. Impaciente, Anna dello Russo disse: “Ela sabe a diferença, mas não pode falar. Nós sabemos a diferença, mas não podemos falar. Usem as aspas de outra entrevista que eu dei pra vocês.” A editora Franca Sozzani, também italiana, respondeu de um modo mais centrado: “Acho que as impressões que se tinham sobre a diferença dos calendários estão mudando. Principalmente agora que temos novos nomes, e não podemos esquecer da chegada de Jeremy Scott (novo diretor criativo da italiana Moschino).”

    +Veja aqui todos os desfiles da temporada de Inverno 2015 de Milão

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