Então vamos lá, um post express. Fiquei o dia todo fora da redação por conta das fotos (ou quase, já que a chuva atrapalhou) para mais um FFW Shooting, então só tive tempo de olhar os desfiles agora.
Versace… Gostei, mas não amei. Acho bem interessante essa recuperação da essência da marca, aquela da época quando Gianni ainda era responsável pelo estilo. Já faz algumas coleções que Donatella vem se pautando por esse caminho. Essa última, porém, é particularmente interessante, porque fala de uma simplicidade e precisão de corte bem anos 1990, ao mesmo tempo que carrega algo de novo.
Adoro as saias mais longas com cintura alta combinadas com top em que apenas uma faixa da barriga fica à mostra. A proporção é complicada para muita gente, mais sua imagem é bem interessante. Gosto muito também da maneira como alguns elementos típicos da marca _como aqueles desenhos ou recortes geométricos_ vem trabalhados nesta coleção. Sempre muito sutis em recortes e tonalidades acesas ou então como pequena aberturas, por onde podia se ver apenas um fio de pele.
As tiras marcantes nas costas do vestidos que agora vem no comprimento do momento _um pouco acima do tornozelo_ falavam de uma sensualidade bem sofisticada. E as franjas do final _outro fator recorrente neste verão_ se mostram bem interessantes quando combinadas às estampas geométricas e coloridas.
O verão 2011 da Gianfranco Ferré me pareceu bem fraco. Tommaso Aquliano e Roberto Rimondi, a dupla por trás da marca, optou por um caminho mais silencioso nessa fase complicada da grife (sua empresa mãe está passando por um processo de falência). O resultado, ao invés de se alinhar ou buscar uma veia própria para falar da tão aclamada simplicidade desta temporada, acabou um tanto sem expressão.
A alfaiataria parece sem emoção, quase como que uma obrigação de estar ali pelo legado que Gianfranco Ferré em si deixou para trás. É ligeiramente interessante o trabalho com brilhos que aparece no final, ou então o tratamento fino que o couro e a pele de cobra recebem em alguns looks. Mas realmente interessante é o macramê que confere transparência a algumas roupas. Talvez fosse esse um caminho a ser mais explorado e melhor fundido ao universo da marca.
Na Moschino há sempre uma certa dose de humor no ar. Essa nova coleção traz uma boa gama de produtos nesse estilo, em cores cheias de alegria, poás gigantes, listras, babados, laços… Porém o modo como tudo foi apresentado acabou um tanto carregado, deixando a imagem datada e ofuscando o potencial de muitas peças.