Há um certo clima esportivo permeando muitas das coleções apresentadas na semana de moda de Milão. Mas nenhum deles veio de maneira tão divertida quanto na Marni. Consuelo Castiglioni disse, em entrevista à imprensa internacional, que queria levar os conceitos e limites do sportswear ao extremo, e assim o fez _só que à sua própria maneira.
Em termos práticos isso significou toda aquela cacofonia de estampas, cores em combinações pouco prováveis, sobreposições e incrível mistura de tecidos _tecnológicos, naturais e sintéticos. Haviam referencias ao surfwear, às roupas de mergulho, aos uniformes modernos de natação e mais uma infinidade de esportes aquáticos, não raramente conjugados em um só look.
Mais interessante ainda é quando tais referências ficam menos óbvias e permitem que elementos mais femininos entrem em cena. Vide os looks com babados assimétricos, que em muito lembravam antigas roupas de banho de crianças. E ainda que dotada de uma certa complexidade em sua imagem, é uma coleção praticamente de peças simples, prontas para usar, mas sempre como aquele “twist” tão típico da Marni. É justamente isso que faz desta coleção algo tão especial: falar sobre o que todos estão falando, só que com voz própria.