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    Chorei por Alaïa
    Chorei por Alaïa
    POR Camila Yahn

    Vestido de Alaïa com uma obra de Matisse ao fundo, parte da mostra em homenagem ao estilista ©Mario Daloia (escondido do segurança!)

    Em setembro nós publicamos uma matéria falando sobre a exposição retrospectiva do estilista Azzedine Alaïa, um dos últimos grandes mestres da moda ainda vivos.

    Pois em uma viagem recente a Paris, visitei a mostra, que exibe 70 peças icônicas da carreira do estilista, como o vestido zíper,os longos pretos justíssimos “body conscious”, os curtos usados por Tina Turner, as chemises brancas inspiradas nas vestes de Maria Antonieta em seu período final de vida, os momentos mais arquiteturais e super técnicos, lindos de observar. De fato, é muito interessante ver tudo junto, mas a exposição deixa a desejar.

    Em primeiro lugar, ela está no Palais Galliera, o museu da moda. Agora, lugar mais careta não existe. Por que um museu da moda tem que estar em um espaço imponente, com direito a colunas em estilo grego e janelas monumentais?

    E apesar de enorme, a mostra foi montada em um espaço apertado, tanto que continuava em outro museu atravessando a rua.

    Como agora exposições de moda estão na moda, tem muita coisa linda, como a impecável de Alexander McQueen, e outras que deixam a desejar, como esta, apesar de se tratar de um belíssimo e importantíssimo estilista. Muita gente, pouco espaço, pouca luz. Os vestidos pretos, e são muitos, perdiam em definição.

    Também não havia nenhum outro material complementar, como fotos ou vídeos que poderiam enriquecer a experiência, especialmente do público leigo, afinal, Alaïa vestiu de Greta Garbo a Madonna. Entendo que é proibido chegar muito perto e tocar as peças, mas trata-se de roupas e não quadros…  A vontade imediata é colocar a mão, ver como é feito, sentir o tecido e entender a técnica. Até as plaquinhas com as informações das roupas era duro de ler. Escuro, letras pequeninas, gente empurrando, ggggrrrrrrrr…

    Confesso que ao sair da exposição, não tive vontade de comprar o catálogo nem de ir à sua continuação do outro lado da rua. Foi meu marido que mandou um: “Viemos até aqui, vamos lá ver, né?”.

    Nada me preparou para o que viria. Em um salão dos mais nobres no Museu de Arte Moderna, um único vestido posava com uma pintura gigante de Matisse ao fundo. Era o “Matisse Room”. Como também o Mário observou, ninguém se deu conta de que estávamos de frente para duas obras de arte. Mas para o público, só havia o vestido. Que imagem mais linda.

    E o vestido? Deslumbrante, com um trabalho artesanal de cair o queixo: inteiro bordado por micro miçangas em uma tela metalizada. Infelizmente a foto não mostra essa beleza, mas só posso dizer que encheu meus olhos de lágrimas.

    Essa não é a primeira vez que Alaïa é colocado lado a lado a obras de arte. Em 1998, em uma retrospectiva na Holanda, suas roupas foram expostas ao lado de trabalhos de Basquiat, Picasso e Anselm Kiefer. Em 2000, outra mostra juntou Azzedine e Warhol.

    Portanto, se você for, comece pelo fim. Um único vestido e a gente entende tudo.

    Alaïa
    De 28 de setembro de 2013 a 26 de janeiro de 2014, das 10h às 18h
    Musée Galliera (10 avenue Pierre 1er de Serbie)
    Entrada: € 8 (cerca de R$ 24)

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