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    DNA Ecoturismo
    DNA Ecoturismo
    POR Redação

    Fotos Mônica Horta

    A cada dia um maior número de pessoas se certifica de que qualidade de vida não é poder de consumo, é paz interior. E momentos intensos dessa paz são facilmente conquistados através do ecoturismo, que antes era para “aventureiro de carteirinha”, mas hoje está estruturado em ambientes com super infraestruturas, que permitem que famílias inteiras de pessoas comuns se sintam protegidas e estimuladas a aderir a esse estilo de vida moderno.

    Uma viagem com critérios de sustentabilidade é sempre um prazer, justamente por ter inserido nela todo o contexto da cultura local a ser conhecida, com toda a sua abrangência.

    Entre todas as infinitas possibilidades que o nosso absurdo país nos disponibiliza, descer do avião em Campo Grande, – capital do Mato Grosso do Sul-, e ir de carro até Bonito é uma experiência adorável. A estrada é incrível, e as sensações que a cidade-paraíso Bonito tem para oferecer são pra lá de especiais.

    Por ser oficialmente o destino de ecoturismo mais importante do nosso Brasil, Bonito dispensa apresentações (ainda que muita gente insista em dizer que fica no estado de Mato Grosso, e não em Mato Grosso do Sul), e achei mais interessante falar dos outros encantos dessa região.

    Considerado o maior poeta brasileiro vivo, Manoel de Barros é um ilustre residente da capital do Estado.

    No aeroporto do RJ, há tempos, eu e Manoel de Barros – meu ídolo da escrita

    Visivelmente influenciada pela música paraguaia (por causa da divisa do estado com o Paraguai), que tem como principal instrumento a harpa, a música do MS, também chamada de “Prata da casa”, tem especificidades autorais de ótima qualidade, por desde sempre ter sido produzida por grandes artistas, como a tocadora de viola Helena Meirelles, que, ainda em vida, foi eleita pela revista americana “Guitar Player” (com voto de Eric Clapton), como uma das 100 melhores instrumentistas do mundo.

    Almir Sater e o impecável Geraldo Espíndola são excelentes representantes contemporâneos dessa música regional de raiz.

    O Estado possui uma das maiores populações indígenas do País, com a presença de nada menos do que a preciosa etnia Kadiwéu. E por falar em preciosidade, vale comentar que o Milton Nascimento participou de um batizado indígena durante um evento em Campo Grande, em plena praça pública, recebendo o novo nome de “Ava Nheyeyru Iyi Yvy Renhoi”, que em português significa “Semente da Terra”.

    Milton Nascimento sendo batizado

    Artesanato regional é a lembrança certa, porque tem status autoral. E como não poderia deixar de ser, é possível encontrar coisas ótimas na Casa do Artesão da cidade, do tipo livros regionais como o Mani-oca (sobre o uso da mandioca na culinária), o livro de instrumentos sonoros alternativos, de Julio Feliz, e outras ecofofas, como bolsas de tecelagem com taboa, acessórios feitos com reaproveitamento de osso de boi, e os bonecos criados pela Conceição dos Bugres, hoje produzidos por seu neto.

    Bolsa de taboa, livro regional, cerâmica Kadiwéu e bonecos Bugrinhos

    Dali, caminhando mais duas quadras, chega-se ao mercado municipal da cidade, onde é possível degustar delícias regionais, como pastel de peixe, sopa paraguaia (torta com queijo), Chipa (um tipo de pão de queijo em outro formato); ter acesso a compotas de pequi, e ainda apreciar a guavira, maravilhosa fruta típica do Cerrado que só é encontrada no mês de novembro. Em meio às particularidades em design, o pegador feito com chifre de boi faz sucesso.

    Pequi, sobá e pastel de peixe

    Para a noite, uma opção perfeita é o restaurante “Lingüiça de Maracajú”, onde se pode saborear esse tipo exclusivo de linguiça, ao som de música regional como a Polca paraguaia, ao vivo.

    E para apreciar ainda mais os sabores da terra, o programa turístico ideal é conhecer a “Feirona” e experimentar o sobá, um prato original da cidade, criado pela imensa colônia japonesa local.

    Conhecer o “Parque das Nações Indígenas”, que fica na região mais nobre da cidade, e tem dentro de sua área o Museu de Arte contemporânea também vale a pena.

    Parque das Nações Indígenas

    Quem tiver por lá, também não pode deixar de conhecer a primeira aldeia urbana do Brasil. E no aeroporto e em outros locais, vale reparar nos orelhões em forma de bichos do Pantanal, e parar para contemplar um pôr do sol como poucos.

    Aldeia urbana

    E mais: vale pensar na possibilidade bacanérrima de pegar o “Trem do Pantanal”, que sai de Campo Grande com destino a Corumbá, outra bela cidade histórica, que faz divisa com a Bolívia, e tem tradições muitíssimo interessantes como a confecção da Viola de cocho, e é banhada pelo estonteante rio Paraguai.

    Orelhão de peixe e Trem do Pantanal

    Tudo lindo, como em um monte de outros dos nossos cantinhos. Já nem é o Brasil que merece ser conhecido; é a gente que merece conhecer o nosso luxuoso Brasil.

    contato@monicahorta.com

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