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    Skateistan: livro sobre meninas skatistas em Kabul é joia da fotografia contemporânea
    Skateistan: livro sobre meninas skatistas em Kabul é joia da fotografia contemporânea
    POR Camila Yahn
    meninas skate afeganistao capa
    ©Jessica Fulford-Dobson

    Em uma viagem no ano passado, perdida entre tantos livros bonitos (e caros) na Tate Modern, um específico me chamou a atenção após eu ter pego e devolvido vários para as estantes: “Skate Girls of Kabul”, da britânica Jessica Fulford-Dobson, com uma foto impactante de uma menina de sete anos, com seu hijab azul cobalto, sandalinha e segurando, com intimidade, um skate na mão. Essa imagem ganhou um prêmio na National Portrait Galley, de Londres.

    Foi a primeira vez que ouvi falar do Skateistan, ONG fundada em 2007 em Kabul (capital do Afeganistão) pelo skatista australiano Oliver Percovich como um projeto educacional que empodera crianças e adolescentes, cria novas oportunidades e potencial para mudanças. Hoje, a iniciativa também está presente no Cambodia, Mazar-e-Sharif (cidade do Afeganistão) e na África do Sul, ensinando 1.200 crianças por semana através de seus programas. Para esse grupo, skate faz parte não apenas de uma rotina de lazer, mas também de educação. “Você cai e fica em pé de novo. E isso é algo que todos nós devemos aprender”, diz a fotógrafa.

    O livro de Jessica deu uma grande visibilidade ao projeto, que ela conheceu por acaso ao ler uma pequena nota em um jornal. Pouco tempo depois, ela estava em Kabul tentando estabelecer uma ligação de confiança com as meninas e com o próprio Oliver, que afasta pessoas que tenham uma atitude mais invasiva. Exceto ele, apenas afegãos trabalham na Ong em Kabul.

    Foto que ganhou prêmio na National Portrait Gallery de Londres ©Reprodução
    Foto que ganhou prêmio na National Portrait Gallery de Londres ©Reprodução

    Com prefácio do lendário Tony Hawk (que também me inspirou quando era adolescente e quem conheci em uma visita ao Brasil ; ) ), o livro foi eleito um dos 10 melhores de fotografia em 2015 e por uma razão que fica clara logo nas primeiras páginas: a gente só ouve horrores sobre o Afeganistão e, de repente, nos deparamos com imagens de meninas “voando” no skate, rindo em seu breve encontro com a liberdade, com seus hijabs coloridos e estampados. Nos pés, tênis ou sandálias.

    São registros de uma infância roubada, de coletividade, de força feminina, persistência e coragem – histórias tão parecidas com as de milhões de crianças brasileiras – que Jessica consegue retratar com intimidade e distância ao mesmo tempo. O resultado é um livro de fotografia contemporânea pura, e que traz outra dimensão para a cultura do skate. Imagine então para os jovens de Kabul.

    O livro mistura fotos das crianças na escola, na rua e no skate park que foi doado pelo Comitê Olímpico Nacional do Afeganistão. Segundo a ONG, mais de 50% dos estudantes de Kabul trabalham na rua. O tempo com o skate é um oasis em suas vidas. Como diz Noam Chomsky no documentário “Requiem for the American Dream”,
    “o que importa são os incontáveis pequenos atos de pessoas desconhecidas, que fundam as bases para os eventos significativos que se tornam história. Foram elas que agiram no passado. São elas que terão que agir no futuro”. O livro não é barato (37 libras = R$ 188), mas cada imagem vale um sorriso.

    Skate girls of Kabul pode ser comprado na Amazon com entrega na Europa ou encomendado através da editora Morland Tate Publishing através do email: [email protected]

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